O Outro Lado
COP21 debaterá ‘Tribunal Internacional de Justiça Climática’ para julgar países desobedientes
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Foi um sonho de utopistas alucinados da extrema esquerda. Hoje é uma proposta que aguarda aprovação final na COP21. |
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Luis Dufaur
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Os negociadores que preparam a redação do tratado que deveria ser aprovado na
Convenção do Clima das Nações Unidas – Conferência das Partes, ou COP21, em Paris, concordaram em incluir nesse tratado a criação de um
“Tribunal Internacional de Justiça Climática”, informou o
Committee For A Constructive Tomorrow (CFACT), associação que acompanha de perto o andamento das combinações da ONU em matéria de ambientalismo.
A decisão de incluir esse Tribunal no texto que os governos assinariam na cúpula climática de Paris, foi adotada em Bonn, Alemanha.
A ideia é velha e vinha sendo defendida pelas ONGs ambientalistas mais radicais. Ela parecia fadada a ficar na nuvem das utopias nunca realizadas. Porque ela sempre foi extremadamente totalitária. Jamais chegou a ser aprovada num cenáculo de cúpula da ONU.
Entretanto, esse devaneio de fanáticos, agora entrou no projeto básico a ser discutido, obviamente sem tempo de lê-lo, pelos chefes de Estado e de governo na COP21.
Teoricamente os países em vias de desenvolvimento ocuparão as poltronas desse Tribunal. Na prática teremos especialistas doutorados no novidadeiro
Direito da Terra, dispostos até a condenar algum desses países “pobres” que saiam da linha da ideologia tribalista verde.
Os grandes “criminosos” foram indiciados antes mesmo de o Tribunal existir: os “países ricos”, os “capitalistas”, os “desenvolvidos”
a priori execrados por ameaçar a supervivência do planeta.
Os EUA em primeiro lugar, mas depois os países grandes ocidentais. Ficam excluídos a China, a Rússia e os países com governos de esquerda para quem as vistas grossas estão garantidas.
Também poderão ser condenadas as práticas aquecedoras do planeta de sociedades ou culturas, como possuir carro particular, ou não andar a pé, de bicicleta, ou enlatado num transporte público.
O texto completo do borrador para aprovação da COP21, emitido no dia 20 de outubro já está disponível online. Clique aqui para visualiza-lo em PDF.
A opção 2 do artigo nº 11 reza assim:
“[Um Tribunal Internacional de Justiça Climática na condição de][Um] [mecanismo de acatamento] é aqui estabelecido com o fim de tratar os casos de incumprimento dos compromissos assumidos pelos países desenvolvidos sobre mitigação, adaptação, [fornecimento de] verbas, desenvolvimento e transferência de tecnologia [e] [,] de capacitação [,] e transparência de ação e apoio, nomeadamente através do desenvolvimento de uma lista indicativa de consequências, tomando em consideração a causa, tipo, grau e frequência do não-cumprimento”. Entre colchetes as variantes que devem ser aprovadas ou recusadas.
A China está pressionando um grupo de 130 países para que esses se recusem a assinar acordo algum em Paris que não inclua uma massiva redistribuição da riqueza transferindo-a das nações ricas para as pobres.
O espírito é de sublevação planetária de pobres contra ricos como algum dia remoto Karl Marx sonhou no ápice de seus delírios igualitários.
Em 2011 uma proposta quase idêntica foi apresentada na cúpula do clima em Durban. Quando ela foi denunciada, os redatores substituíram a palavra “tribunal” por “corte” e tentaram desarmar as resistências dos ingênuos alegando que seria “não judicial”.
Um joguinho de palavras que não mudava a essência de uma tentativa que, aliás, naquela ocasião não foi aprovada.
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Já foi bandeira da pressão anárquica verde na rua. Hoje é artigo de tratado internacional a ser votado. |
Se esse projeto de Tribunal Climático entra no foco das discussões, pode ser que os negociadores recorram a análogas estratagemas verbais para passar a mesma coisa com outro nome.
Os países que assinarem esse acordo ficarão sob julgamento de um tribunal planetário diante do qual deverão renunciar a parcelas da soberania nacional.
Acresce que os “países ricos” terão que concordar com a cessão de bilhões de dólares para serem distribuídos entre os países pobres. Distribuição essa que ficará nas mãos de um Fundo que terá como servidores a ONGs e organismos militantes ambientalistas.
A lista dos “países ricos” já está escrita no Alcorão verde. Mas no linguajar ambientalista há sutilezas, ou malandragens. Por exemplo, no Brasil, o estado de São Paulo economicamente está mais perto dos “países ricos”. E o estado de Amazonas dos “países pobres”.
Não faltam salvadores do planeta que sonhem com uma medida análoga dentro do Brasil. São Paulo deveria ser taxada para favorecer planos de ONGs em outros estados.
E os produtores rurais rotulados de “ricos”? Que sejam taxados para financiar experiências em reservas indígenas! E ali a demagogia vai solta, com o PT, CPT, CIMI, CNBB, etc., etc., soprando e agindo.
A China se delicia considerando a previsível diminuição de influência de seus competidores ocidentais. Esses serão atazanados pelas exigências verdes enquanto o comunismo chinês continuará a desrespeitar impunemente qualquer limitação contrária a seus interesses.
O presidente Obama está tentando que a proposta seja assinada para se exibir como herói naquilo que poderia ser uma catástrofe histórica.
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Metas climáticas anunciadas por Dilma Rousseff na ONU deixaram o Brasil a um passo do banco dos réus. |
Bela entalada na que caiu o Brasil! A presidente Dilma Rousseff anunciou solenemente na sede da ONU: “será de 37% até 2025 a contribuição do Brasil para a redução de emissão de gases do efeito estufa e para 2030 a nossa ambição é de redução de 43%”. Ela também prometeu “zerar” o desmatamento até essa mesma data. Cfr. G1.
Como esse objetivo é inalcançável, o Brasil já estaria destinado à cadeira de réu. Porém como o PT milita do lado da movimentação comuno-ambientalista, nada lhe acontecerá.
Mas, no dia que os promotores da revolução mundial verde decidirem um golpe decisivo, o que será do Brasil?
Nas referidas negociações prévias, o delegado sul-africano Nozipho Mxakato-Diseko formulou em termos trágicos a luta de pobres contra ricos em matéria de clima: “a mudança climática é uma questão de vida ou de morte”, noticiou o jornal britânico
“Daily Mail”.
Mxakato-Diseko junto com um grupo de 134 países e a China exigem dos “ricos” uma contribuição reparadora que aumentará a partir de uma base de 100 bilhões de dólares desde 2020.
O novo
Tribunal Internacional de Justiça Climática será o encarregado de controlar os pagamentos, ir atrás dos países e conforme o caso convoca-los na cadeira dos réus para renderem explicações e apresentarem reparações, ou reformarem suas estruturas nacionais para se desindustrializarem e pararem de emitir CO2 ou de “aquecer o planeta”.
Atribui-se a Robespierre a formulação de um princípio enraizado nas grandes e agitadas transformações revolucionárias: “Não se pode fazer uma revolução sem cometer grandes crimes”.
É o principio que o revolucionário
Joseph Fouché enunciou cinicamente: “o sangue do crime fecunda a base da liberdade e solidifica seu poder”.
Essas frases poderão algum dia presidir o Tribunal que a ofensiva ambientalista planeja instituir em Paris, voltado não imediatamente contra indivíduos, mas contra países inteiros.
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