Prof. Molion (5) desfaz falsas acusações contra a pecuária
O Outro Lado

Prof. Molion (5) desfaz falsas acusações contra a pecuária



Catolicismo — Essa questão do metano está sendo muito falada. A pressão ambientalista aponta a pecuária e o desmatamento como os principais vilões no Brasil. Ambientalistas holandeses chegam a apresentar o desenho de um boi poluindo mais que quatro veículos...


Prof. Luiz Carlos Molion , Palestra na 61ª Reunião Anual da SBPC. Foto Antonio Cruz-ABr



Prof. Molion — O metano é resultante da fermentação anaeróbia da matéria orgânica (vegetal e animal). Arrozais, animais ruminantes e cupins são produtores de metano. Também o são as áreas com vegetação alagadas periodicamente (como os milhares de hectares das várzeas amazônicas).

Entretanto, apesar de as áreas cultivadas com arroz terem aumentado e os ruminantes estarem crescendo à taxa de 17 milhões de animais por ano (o Brasil já passou de 200 milhões de cabeças), a concentração de metano se estabilizou, segundo as medições da rede da NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, irmã da NASA, USA), e tem mostrado taxas anuais negativas (ou seja, decréscimo de concentração).


Ninguém sabe o porquê disso, nem mesmo o maior especialista em metano, Aslam Khalil, da Universidade Estadual de Portland (EUA).  

Os nossos rizicultores e pecuaristas podem, portanto, respirar aliviados, pois não têm culpa alguma.

Em minha opinião, o metano chegou à concentração de saturação nas condições de temperatura e pressão atmosférica atuais. O metano adicional (já que as fontes continuam aumentando) que vem sendo lançado na atmosfera está sendo absorvido, muito provavelmente pelos oceanos.

Mais uma evidência de que as atividades humanas não alteram nem a concentração atmosférica dos chamados gases de efeito estufa nem o clima (ou temperatura) do planeta. Ao contrário, sua concentração é dependente da temperatura. Como o planeta vem esfriando, e haverá um resfriamento global nos próximos 20 anos, as concentrações desses gases vão diminuir.

Começou com o metano e chegará a vez do CO2. Mas isso é negado na palhaçada em Copenhague, por ocasião da reunião da COP 15.


Catolicismo — O Sr. gostaria de fazer algumas considerações finais?

Prof. Molion — O homem não tem condições de mudar o clima global, mas grande capacidade de modificar/destruir seu ambiente local. A Terra se compõe de 71% de oceanos e 29% de continentes. A metade desses 29% é constituída de gelo (geleiras) e areia (desertos), enquanto 7 a 8% do restante encontram-se cobertos com florestas nativas e plantadas.

O homem manipula, então, cerca de 7% da superfície global, não podendo portanto destruir o mundo.

Os oceanos, juntamente com a atividade solar, são os principais controladores do clima global.

Mas existem outros controladores externos, como aerossóis vulcânicos, e possivelmente raios cósmicos galácticos, que podem interferir na cobertura de nuvens.

Em resumo, o clima da Terra não é resultante apenas do efeito estufa ou do CO2 e sua concentração. Ele é produto de tudo aquilo que ocorre no universo e interage com o nosso planeta.

Como foi dito, a conservação ambiental independe de mudanças climáticas e é necessária para a sobrevivência da humanidade.

(Fonte: “Catolicismo”, janeiro 2010)

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