O Outro Lado
Boemundo e os artifícios traiçoeiros do imperador grego ‒ Gesta Dei per Francos 6
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Luis Dufaur
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Quando o Imperador soube que o honradíssimo Boemundo tinha vindo até ele, ordenou que este fosse recebido com honras e cuidadosamente instalado fora da cidade.
Quando ele tinha sido assim instalado, o ímpio imperador mandou buscá-lo para que fosse falar com ele em segredo.
Com a mesma finalidade, vieram o Duque Godofredo com seu irmão, e finalmente o Conde de St. Gilles aproximou-se da cidade.
Então, o Imperador, em ansiosa e ardente fúria, estava excogitando algum modo pelo qual pudessem, habil e fraudulentamente, conquistar esses Cavaleiros de Cristo.
Mas a Graça Divina, revelando (seus planos), fez com que nem ele nem seus homens achassem tempo ou lugar para lhes fazer mal.
Por fim, todos os líderes nobres que estavam em Constantinopla se reuniram. Temendo que fossem privados de seu país, eles decidiram em seus conselhos e cálculos engenhosos, que nossos duques, condes, ou todos os líderes deveriam prestar um juramento de fidelidade ao Imperador.
Estes absolutamente recusaram e disseram: “É-nos realmente indigno e, além disso, parece-nos injusto prestar um juramento a ele.”
Por ventura nós seremos ainda muitas vezes enganados por nossos líderes. No final, o que deveriam eles fazer? Eles dizem que por força da necessidade humilharam-se, quisessem ou não, à vontade do injustíssimo Imperador.
Contudo, ao poderosíssimo Bohemundo, a quem ele temia enormemente porque em tempos passados (Bohemundo) muitas vezes o tinha expulsado do campo com o seu exército, o Imperador disse que, se ele, de bom grado prestasse-lhe juramento, dar-lhe-ia, em troca, terras na extensão de quinze dias de viagem até Antioquia, por oito de largura.
E ele (o imperador) jurou-lhe de tal modo que, se ele observasse fielmente o juramento, nunca ultrapassaria sua própria terra.
Por que razão cavaleiros tão corajosos e tão fortes fizeram isso? Porque eles foram constrangidos por muita necessidade.
O Imperador também fez a todos os nossos homens uma promessa de segurança.
Do mesmo modo, fez ele o juramento de que ele, juntamente com seu exército, viria conosco, por terra e por mar; que fielmente nos forneceria provisões por terra e mar, e que ele diligentemente repararia nossos prejuízos; além disso, que ele não queria e nem permitiria que qualquer um dos nossos peregrinos fosse perturbado ou molestado a caminho do Santo Sepulcro.
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