A Marcha a Jerusalém ‒ Gesta Dei per Francos 16
O Outro Lado

A Marcha a Jerusalém ‒ Gesta Dei per Francos 16


Luis Dufaur





Assim, saímos da cidade fortificada e chegamos a Trípoli no sexto dia da semana, no dia treze de Maio, e ficamos lá por três dias.

Finalmente, o Rei de Trípoli fez um acordo com os chefes, e ele logo devolveu-lhe mais de trezentos peregrinos que haviam sido capturados lá e deu quinze mil besantes e quinze cavalos de grande valor; ele também nos deu um grande suprimento de cavalos, jumentos e de todos os bens, ficando assim, todo o exército de Cristo, muito enriquecido.

Mas ele fez um acordo com eles que se ganhassem a guerra para a qual o Emir da Babilônia estava se preparando contra eles, e pudessem tomar Jerusalém, ele se tornaria cristão e reconheceria a sua terra como (um dom) deles. E dessa forma ficou resolvido.

Deixamos a cidade no segundo dia da semana, no mês de Maio e, passando por uma estrada estreita e difícil durante todo o dia e noite, chegamos a uma fortaleza cujo nome era Botroun.

Então, chegamos a uma cidade perto do mar chamada Gibilet, na qual sofremos grande sede e, exaustos, chegamos a um rio chamado Ibrahim.

Então, na véspera do dia da Ascensão do Senhor, atravessamos uma montanha na qual o caminho era muitíssimo estreito, e lá esperávamos encontrar o inimigo armando emboscada contra nós.

Mas Deus nos favoreceu e nenhum deles se atreveu a aparecer em nosso caminho.

Então nossos cavaleiros foram à frente e abriram caminho para nós, e chegamos a uma cidade à beira-mar chamada Beirute, e daí fomos para outra cidade chamada Sidon, daí para uma outra chamada Tiro e de Tiro para a cidade de Acre.


Mas de Acre, chegamos a um lugar fortificado cujo nome era Cayphas e, então, chegamos perto de Cesaréia.

Lá foi celebrada Pentecostes no terceiro dia de Maio. Então chegamos a Ramlah, que os Sarracenos haviam esvaziado de medo dos Francos.

Perto dali ficava a famosa igreja onde repousava o precioso corpo de São Jorge, desde que lá, pelo Nome de Cristo, ele alegremente recebera o martírio de pagãos traiçoeiros.

Lá nossos chefes realizaram um concílio para escolher um bispo que deveria ser encarregado deste lugar e erigir uma igreja.

Deram-lhe dízimos e enriqueceram-no com ouro e prata, com cavalos e outros animais, para que pusesse viver mais devota e honradamente com aqueles que estavam com ele. Ele ficou lá com alegria.

Fonte: August C. Krey, A Primeira Cruzada: relatos das testemunhas e participantes, (Princeton: 1921), 242-243.


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