Papa Celestino III: é louvável tomar armas contra os fautores do mal
O Outro Lado

Papa Celestino III: é louvável tomar armas contra os fautores do mal


Celestino, Bispo, servo dos servos de Deus. Ao caríssimo filho em Cristo, o Rei de Portugal, saudação e bênção apostólica.

Como pelos sagrados cânones seja cominada igual pena aos autores e aos fautores do mal, e não seja menor desprezo impugnarem a fé católica os que se têm por cristãos, porque seria se a deixassem, ou a perseguissem e adotassem a superstição dos bárbaros, pareceu-nos que não deveríamos faltar com o favor apostólico à petição que fazeis, de que a vós e a todos os que fizerem guerra ao Rei de Leão sejam concedidas as mesmas indulgências que a Santa Sé Apostólica tem outorgado aos que militam contra os infiéis e defendem a Cristandade de Espanha, porquanto ele tem tomado à sua conta a defesa dos mesmos infiéis, e em companhia dos mouros luta contra os cristãos.



Nós, respeitando vossa real petição e concedendo pelo teor da presente, a vós e a todos os que fizerem guerra ao dito Rei enquanto permanecer em sua pertinácia, as graças que são concedidas aos que passam à guerra de Jerusalém, ordenamos mais, que todas as terras que vós ou outros quaisquer ganhardes àquele Rei enquanto for contumaz, fiquem livremente a quem as ocupar, sem mais se devolverem ao senhorio do mesmo Rei.

Portanto, a nenhuma pessoa seja lícito infringir ou contrariar temerariamente esta bula de indulgência. E se alguém se atrever a fazê-lo, saiba que há de incorrer na indignação de Deus todo poderoso e dos bem-aventurados S. Pedro e S. Paulo, seus Apóstolos.

(Bula dirigida pelo Santo Padre Celestino III a D. Sancho I de Portugal, a respeito de D. Afonso XII de Leão, em 10 de abril de 1197)






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