Paleontólogo americano (II): furos na 'hipótese Gaia'
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Paleontólogo americano (II): furos na 'hipótese Gaia'


(continuação do post anterior)
‒ Veja: Quais são os furos na hipótese Gaia?

‒ Ward: Se as teses de Gaia estivessem corretas, alguns fenômenos comprobatórios já teriam sido observados.

O contínuo aumento da diversidade das formas de vida bem como da biomassa (o volume total de organismos vivos) seria um formidável indicador empírico da validade de Gaia. Seria um resultado consistente com a idéia de que, ao longo do tempo, as condições do planeta vão ficando mais acolhedoras para os seres vivos.

Não é o que se observa.

Os modelos mais recentes indicam que a biomassa atingiu seu ápice em algum ponto entre 1 bilhão e 300 milhões de anos atrás e vem se reduzindo desde então. Quanto à biodiversidade, no melhor dos casos, ela se manteve estável nos últimos 300 milhões de anos.

‒ Veja: Em relação à “hipótese Medeia”, quais são as evidências de que ela é correta?

‒ Ward: Os episódios de extinção em massa registrados no passado geológico do planeta são uma dessas evidências.

Quando falamos nesses episódios catastróficos, as pessoas logo pensam nos dinossauros e lembram que o seu desaparecimento está ligado ao choque de um grande asteroide. Isso dá a falsa impressão de que desastres com causas externas seriam o principal risco para a nossa biosfera.
O caso dos dinossauros, no entanto, é uma exceção em meio a um grande número de episódios nos quais processos conduzidos pelos próprios seres vivos acarretaram reduções dramáticas na biomassa.

Meu exemplo preferido é o da grande extinção no fim do período permiano, cerca de 250 milhões de anos atrás, quando pereceram 90% das espécies marinhas e 70% do total da biota.

Por algum tempo acreditou-se que essa extinção também estava relacionada à queda de um asteroide. Essa tese hoje está quase abandonada.

Outra teoria que emergiu com força aponta bactérias como as assassinas responsáveis por essa hecatombe.

‒ Veja: Poderia explicar melhor?



‒ Ward: Há um grupo de bactérias que produz, como resultado de seu metabolismo, uma substância altamente tóxica, o gás sulfídrico (H2S). Ele é mortífero para plantas e animais até mesmo em baixas concentrações.

Estudos recentes mostram de maneira bastante robusta que, no permiano tardio, esse tipo de micróbio proliferou de maneira incomum, a tal ponto que o gás sulfídrico que ele produz não apenas envenenou os oceanos como ainda entrou na atmosfera. A conseqüência disso foi a aniquilação de seres vivos em todo o planeta.

Conhecemos pelo menos outras oito ocasiões em que esse processo se repetiu no passado, ainda que em escala menor.

‒ Veja: O efeito estufa é o único fenômeno que pode disparar um desses eventos em que alguns seres vivos se tornam ameaça para a biosfera como um todo? 

‒ Ward: Falamos muito sobre os perigos do aumento do CO2. Ironicamente, contudo, uma ameaça ainda maior para a vida na Terra pode ser a diminuição extrema dos níveis desse mesmo gás mais uma vez, causada pelos seres vivos.

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