No IPCO, Molion faz crítica científica da encíclica Laudato Si’
O Outro Lado

No IPCO, Molion faz crítica científica da encíclica Laudato Si’


Molion: a encíclica acolhe mistificações sem base na ciência
Molion: a encíclica acolhe mistificações sem base na ciência
Luis Dufaur





No dia 16 de julho p.p., por iniciativa do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, palestraram no Club Homs da capital paulista o Prof. Luiz Carlos Molion e o autor deste post.

O Prof. Molion é meteorologista, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas. Ele assestou o foco nos aspectos científicos da Encíclica Laudato Si'.

Ele observou as múltiplas impropriedades, do ponto de vista da ciência, contidas na recente Encíclica, pois adota hipóteses controvertidas como se fossem resultantes de um consenso entre os especialistas.

Também sublinhou que o termo “consenso” jamais pode ser usado na ciência, pois é ele mais próprio da política e de seus conchavos. A ciência é questionadora por natureza.

O Prof. Molion explicou que a análise dos dados dos últimos 420 mil anos registra sucessivas eras glaciais com cerca de 100 mil anos de duração cada uma, interrompidas por períodos quentes ou interglaciários de 10 a 12 mil anos de duração.

A última glaciação ocorreu há 130 mil anos. Nesse período, pode-se constatar que o CO2 nunca causou alteração da temperatura. Pelo contrário, ele acompanhou as mudanças da temperatura com um atraso de 800 a mil anos, ou até 5 mil.

O CO2 é um seguidor e não um condutor. O grande controlador do CO2 na atmosfera são os oceanos, que constituem 71% da superfície da Terra. Dos 510 milhões de quilômetros quadrados do Planeta, 361 milhões são cobertos pelos oceanos.



Segundo o abalizado especialista, vivemos hoje num período interglacial iniciado há cerca de 15 mil anos. Nos interglaciários anteriores, a temperatura atingiu de 6º a 10º acima da atual.

Qual era a atividade humana que aqueceu o planeta? perguntou o palestrante. Nessas épocas nem existia o Homo Sapiens!

Esse aquecimento apenas se explica por processos físicos naturais, independentes de qualquer presença ou atividade humana.

O auditório encheu para ouvir as explicações do prof. Molion sobre a Laudato Si'
O auditório encheu para ouvir as explicações do prof. Molion sobre a Laudato Si'
A história da Humanidade civilizada que conhecemos transcorreu nos últimos 10 mil anos, tendo havido quatro períodos muito mais quentes que o atual: o ótimo do Holoceno, há 8 mil anos; o Minuano quente, ocorreu 3.500 anos atrás e correspondeu à civilização de Minos; o Romano quente — entre 400 a.C. a 300 d.C. — que inclui a época da vida de Cristo; e o Medieval quente, entre 900 e 1250 ou 1300 d.C.

Entre 1350 e 1850, quiçá até inicio do século XX, houve um período frio em que a temperatura média da Europa ficou 2ºC abaixo da atual.

O interglacial em que vivemos tende ao resfriamento. Já passamos pelo máximo de calor 6 mil anos atrás e estamos rumando bem devagar para uma nova era glacial. Ninguém precisa se preocupar, pois para se chegar a 8º ou 10º abaixo do que está hoje levará cem mil anos.

De acordo com o Prof. Molion, fica assim claro que o Papa Francisco foi muito mal assessorado na redação da Encíclica.

O documento papal também recolhe a ideia de um aumento catastrófico do nível dos mares. Em 2007, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) previa um aumento de 59 cm até 2100; em 2013 sua previsão saltou para 98 cm.

E o líder aquecimentista Al Gore afirma em seu laureado trabalho que o aumento seria de 6 metros! Só que, apesar desse salto vertiginoso, ele comprou uma mansão em Montecito, na Califórnia, pelo valor de 9 milhões de dólares, bem junto à praia...!

O palestrante mostrou que é impossível medir o nível do mar, pois ele não se trata de um sólido contínuo e está exposto a mudanças determinadas por fenômenos astronômicos!

A Encíclica trata também de “eventos extremos" de natureza climática. O que é isso? Um evento extremo é um estado atmosférico momentâneo, não é clima! No clima, o que se considera é a média de tudo, e não apenas um momento extremo.

“Eventos extremos” sempre ocorreram. A pior seca do Nordeste foi em 1877-1879. Na região metropolitana de São Paulo, segundo os pluviômetros, a década com maiores tempestades foi de 1941 a 1950. E a pior enchente que São Paulo já teve foi em janeiro de 1929!

Não tem nada a ver com o aquecimento global!

O professor Molion ilustrou os pontos falhos da Laudato Si' do ponto de vista científico.
O professor Molion ilustrou os pontos falhos da Laudato Si'
do ponto de vista científico.
O Prof. Molion também desmitificou outras frases soltas no documento que não se sabe de onde saíram, tais como o medo de descongelamento do permafrost (terra congelada no Ártico) e a liberação de quantidades catastróficas de gás metano por essa e outras vias.

Também neste ponto, a Encíclica acolhe uma mistificação sem base na ciência.

Segundo o expositor, em matéria de efeito estufa o documento papal está totalmente equivocado e deve ser completamente repensado em função dos conhecimentos básicos da física.

Outra questão afirmada sem fundamento é a acidificação dos oceanos. Quanto ácido seria preciso para acidificar os oceanos? É inimaginável.

Resumidamente, o professor concluiu: o clima varia por causas naturais; “eventos extremos” sempre ocorreram; o CO2 não controla o clima global e é o gás da vida; sem CO2 acabariam as plantas, os animais e os homens; sem energia, inclusive a nuclear, os países pobres não sairão da pobreza.

Afirmou ainda que é muito preocupante o Papa defender na Encíclica uma governança mundial para se controlar as emissões de gás.


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