No frio, um acordo de compromisso. Mas a ofensiva não vai parar
O Outro Lado

No frio, um acordo de compromisso. Mas a ofensiva não vai parar



O Clima também quis fazer ouvir sua voz na Conferência universal para as mudanças climáticas de Copenhague, COP-15. Afinal é dele que está se falando.

E o fez do jeito dele: soberano, incoercível, incontrolável. Na sexta-feira, dia de encerramento da COP-15 aguardava-se ‒20ºC na Espanha, na Rússia já tinha atingido ‒25ºC.

Holanda, Bélgica, França estavam cobertas de neves extraordinárias para a época.

O “general inverno” parece não ter se impressionado com a presença de presidentes como Obama, Lula ou Sarkozy decididos a controlar as “mudanças climáticas” e conter o “aquecimento global”.


Na foto, num canal de Groningen, Holanda, um marreco parece se perguntar onde está o tal de “aquecimento global” que poderia lhe devolver a água líquida, agora congelada embaixo de suas patas. Tal vez seja um bicho “cético”. Um outro mais “realista” furou o gelo e bebe como pode pelo buraquinho.

Acreditar no “aquecimento global” só mesmo dentro do Bella Center de Copenhague.

Ali, além dos chefes de Estado e representantes de 193 países, mais de 22.000 pessoas ‒ membros de delegações oficiais, jornalistas, ativistas do ambientalismo, comunistas e anarquistas ‒, se apinham para conter o “aquecimento do planeta” e combater as “mudanças climáticas”, num local com capacidade máxima para 15.000 pessoas. Lá em verdade o aquecimento deve estar forte.

Parece cômico, e é melhor levá-lo com um sorriso. Mas, o ambiente é catastrófico. Os responsáveis dinamarqueses pediram desculpas pela confusão.

Johann Hari, colunista do “Independent” de Londres, descreveu no artigo “O surrealismo de Copenhague” para “O Globo”, o ambiente que lá se vive:

“À primeira vista, a conferência climática em Copenhague parece ter saído de uma tela surrealista de Salvador Dalí. Vi o arcebispo Desmont Tutu ser seguido por um enxame de estudantes japoneses vestidos de alienígenas e carregando cartazes dizendo “Levem-me ao seu líder” e “Sua espécie está louca?” Antes, passei por adolescentes revoltados, cobertos de preto e desfiando estatísticas sobre a quantidade de dióxido de carbono que pode ser absorvida. E assisti um casal vestido de vaca sendo atacado pela polícia, que o acusava de atirar pedras com seus cascos.”

Na “Folha de S.Paulo” com a seriedade e competência proverbial, o Prof. José Carlos de Almeida Azevedo, doutor pelo MIT e ex-reitor da UnB, publicou o artigo “Fraude e falsidade”. Nele diz:

“O livro Betrayers of the Truth — Fraud and Deceit in the Halls of Science (Traidores da Verdade — Fraude e Falsidade nos Umbrais da Ciência), de W. Broad e N. Wade, analisa casos de fraude e falsidade na comunidade científica e como elas permanecem não detectadas durante anos.

“Essas observações vêm a propósito da divulgação (climategate) pela internet de 1.079 e-mails e 79 documentos dos computadores do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade East Anglia (CRU, na sigla em inglês), órgão de referência mundial sobre o clima. A leitura de vários e-mails robustece a antiga suspeita de que há fraude na manipulação de dados do CRU, que sempre se recusou a revelá-los, contrariando procedimento salutar e usual da comunidade científica.

“Até agora, nada disso foi objeto de consideração na reunião em Copenhague, que parece cuidar mais de pancadarias e passeatas, na melhor tradição da juventude nazista, como lembrou o visconde Monckton.

“A maior ameaça à humanidade não é o aquecimento antropogênico. Afinal, a Terra está esfriando e se aproxima de um novo período glacial — isso é comprovado por vários fatores, incluindo a inexistência de manchas solares, que desapareceram há quase um ano. O que a ameaça a humanidade é a intromissão, na vida das pessoas e das nações, de órgãos sem mandato eletivo e de grupos econômicos, além da ONU. Eles querem nos governar e determinar às nações o que podem fazer, quanto podem crescer e consumir e se podem ser livres e independentes.”

E aqui o Prof. pôs, mais uma vez, o dedo na chaga. O que está acontecendo não é científico.

Antes bem é acintosamente anti-científico.

Estamos diante de um assalto ideológico ‒ de uma filosofia que parecia perimida, mas que soube se reciclar ‒ e que visa impor uma formidável canga na humanidade.

O que a URSS não conseguiu eles agora tentam com cores esverdeadas que, aliás, desbotam logo que expostas à análises científicas. Aparece então o velho vermelho tijolo ‒ sem a foice e o martelo aparentes ‒ para ditar “às nações o que podem fazer, quanto podem crescer e consumir e se podem ser livres e independentes”, como observou o Prof. Azevedo.

No fim desta sexta-feira, a mídia anuncia que teria saido um acordo de compromisso. “Copenhague: um acordo parcial ‘significativo’ mas ‘insuficiente’” diz “Le Monde”. “Casa Branca anuncia ‘significativo’ acordo sobre o clima”, diz “The New York Times” . A “Folha online” informa que o verdadeiro acordo ficou para 2010.

Ainda não se conhecem os termos do compactuado. Provavelmente não vão satisfazer nem a gregos nem a troianos.

Mas, a ofensiva “verde-vermelha”, ainda que amargurando uma frustração, não vai parar.

Afinal, para eles é uma questão de ideologia totalitária e “religião” libertária. Estranha combinação! Mas, já tentada em países como Cuba, com Fidel e Frei Beto de mãos dadas.

E a agropecuária brasileira está, a primeira, na mira. Que o diga a recém lançada Campanha da Fraternidade 2010!

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