Menti, menti, menti… que afinal sairá a governança verde mundial!
Miguel Arias Cañete, comissário da UE para o clima. ficou empolgado com a ... fraude de Belgrado!
Luis Dufaur
Desinvestir em combustíveis fósseis – quer dizer, naqueles viáveis para a atividade humana no mundo – é uma palavra de ordem repetida incessantemente nos arraias do fanatismo verde.
É fora de dúvida que aparecendo combustíveis melhores, menos onerosos, mais eficazes ou acessíveis, será bom ir fazendo a devida substituição, com sensatez e com toda a presteza possível.
Mas nada disso está acontecendo. Os verdes exigem desinvestir sem fornecer alternativas viáveis. O que equivale a parar a civilização hodierna.
Com esse objetivo, eles não hesitam em apelar até para desonestidades científicas, políticas ou administrativas.
Um exemplo recente desses procedimentos desonestos deu-se com a Sérvia.
A manobra visa influenciar a conferência de Paris sobre o clima – COP 21, em dezembro –, a qual tentará fazer passar uma espécie de governança mundial ambientalista, ou governo arbitrário verde, por cima dos países soberanos.
A ocasião é propícia para anúncios demagógicos, sobretudo se servirem para estimular a COP 21 no mau caminho, ou na estrada verde.
Nesse contexto, a Sérvia anunciou objetivos “exemplares” em matéria de corte de emissões de CO2.
Porém, seu plano “exemplar” na verdade só produzirá o contrário do que anuncia: aumentará em 15% as emissões de CO2, segundo o jornal “The Guardian”, jornal que aderiu à campanha 'desinestimentista', referido pela agência também ‘desinvestimentista’ VoxEurop.
O trapaceiro compromisso climático da Sérvia foi aclamado pela Comissão Europeia como um passo “exemplar” para os demais países da União Europeia.
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Belgrado anunciou que em relação a 1990 – quer dizer, à era soviética – até 2030 reduzirá 9,8% de suas emissões de CO2. O sensacional anúncio foi feito na presença do vice-presidente da Comissão Europeia e comissário da União energética, Maroš Šefčovič.
Na realidade, as emissões de CO2 na Sérvia já diminuíram 25% desde 1990, devido ao colapso da vetusta indústria pesada herdada da era comunista.
Assim, somando e subtraindo, o enganoso anúncio dizia na prática que a Sérvia iria aumentar 15,3% a sua emissão do incompreensivelmente denegrido CO2. O aumento do CO2 é ótimo para o meio ambiente, especialmente para os vegetais. Mas o fanatismo verde demonizou esse gás da vida.
Fontes da UE reconheceram que a trapaça da Sérvia ainda poderia ser maior, pois os valores de 1990 incluíam centrais a carvão de um território disputado – o Kosovo – que não serão computadas em 2030.
Mas o vice-presidente da Comissão Europeia louvou a proposta e prometeu apoiar a candidatura Sérvia de adesão à UE, cujos países-membros se comprometeram a reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2030.
“O vosso sucesso atual, na adoção das contribuições previstas e determinadas em nível nacional, constitui um passo exemplar”, enalteceu ainda o líder da UE.
O comissário da UE para o Clima, Miguel Arias Cañete, também incensou a enganação de Belgrado, acrescentando que a Sérvia deu provas de “liderança na região” e que o “exemplo” – não se sabe se é o da fraude – deve ser rapidamente seguido pelos seus vizinhos.
“A proposta sérvia é uma anedota, mas agora que a Comissão diz que é um passo exemplar para a adesão à UE, ninguém ri”, comentou Garret Tankosić-Kelly, responsável do think thank bósnio SEE Change Net, também membro da confraria verde.
“Como é que o resto do mundo pode levar a sério as propostas da UE relativamente ao clima, quando podemos demonstrar que esta permite que os países candidatos à adesão manipulem os dados das suas políticas climáticas na esperança de que ninguém repare?”, perguntou.
“É uma espécie de manipulação”, disse uma fonte da UE.
A Sérvia está fortemente engajada numa onda de construção de centrais a carvão – essas sim produtoras de gases poluentes –, para substituir as periclitantes infraestruturas comunistas.
Recentemente ela assinou um acordo de 600 milhões de dólares com a China, o maior poluidor do planeta, para construir uma nova central em Kostolac.
Mas não há qualquer protesto dos heróis ‘salvadores do Planeta’. Quando a imagem do socialismo ou do comunismo pode ser lanhada em algo, os ambientalistas radicais guardam obsequioso silêncio.
Esses silenciosos arrebentam em aplausos quando alguém anuncia que se jogou no abismo da utopia anticivilizatória, ainda que seja mentindo. O importante para eles é que o mundo ex-cristão corra para a depauperação geral.
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