Babel do Clima: confusão das línguas e “luta de classes”
O Outro Lado

Babel do Clima: confusão das línguas e “luta de classes”



Tínhamos a intenção de, ao longo da Conferência de Copenhague, ir postando apanhados das informações relevantes publicadas na Internet e na imprensa escrita de São Paulo.

Para nossa decepção, isso tornou-se impossível. Não por falta de informação, mas pelo caos e balbúrdia que domina essa Conferência.

Enquanto redigíamos este post recebíamos mais uma notícia neste sentido cujo titular é: “Copenhague dominada pela tensão em um ambiente de caos”, da AFP. O conteúdo batia na tecla de muitos outros despachos de imprensa:
 “os ministros trabalham num ambiente caótico para esboçar um acordo mundial contra o aquecimento climático. No reinício das conversações em sessão plenária, a Índia denunciou o clima de caos reinante, Tuvalu comparou a conferência ao Titanic e o Brasil protestou à presidência dinamarquesa porque o chefe de sua delegação ficou preso nos controles de segurança. Pelo menos 170 pessoas foram detidas durante a manhã nos arredores do Bella Center, sede da Conferência da ONU. A estação de metrô junto ao centro de conferências está fechada e restrições foram impostas à entrada de representantes das ONGs.”


Na realidade, esse caos mental e seus subprodutos de desordem eram inevitáveis.

Afinal 22.000 pessoas concentradas enquanto lá fora faz um frio excepcional para discutir um “aquecimento global” que ninguém sabe ao certo no que é que consiste só podia dar em confusão.

Um exemplo disso. Recém chegada a Copenhague para chefiar a delegação brasileira na COP-15, Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, declarou na abertura de um evento sobre a Amazônia que “o meio ambiente é um obstáculo ao desenvolvimento sustentável.”

“O meio ambiente é um obstáculo ao desenvolvimento sustentável”: ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Foto de novembro, após reunião com presidente Lula sobre Conferência de Copenhague Foto Antônio Cruz-ABr


Tal vez tentando uma cortesia para nosso ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, Dilma disse que um dos programas dos quais o ministro falava não tinha “nada a ver” com o que fora perguntado.

O governador José Serra (PSDB-SP) e a senadora Marina Silva (PV-AC) propuseram que o Brasil contribuísse com US$ 1 bilhão para um fundo de combate à mudança climática. Mas a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) reagiu: “US$ 1 bilhão não faz nem cosquinha”.

É verdade que ao lado das cifras mirabolantes que estão em jogo em Copenhague “US$ 1 bilhão não faz nem cosquinha”, mas também é muito verdadeiro que é muito dinheiro ‒ pelo menos para quem não freqüenta os salões políticos. Esse bilhão em mãos honradas poderia trazer muito alívio a muitos necessitados no País, em vez de gastá-lo num infrutífero “combate à mudança climática”, i. é, as sempre instáveis chuva e bom tempo.

A senadora Marina Silva (PV-AC) teve propósitos genéricos não menos remarcáveis. “Acho que é uma causa tão nobre salvar o planeta”, disse ela.

Realmente seria algo muito nobre se a salvação dependesse do homem. Mas a realidade primária mostra que o homem precisaria atingir uns patamares de auto-grandeza inimagináveis para poder “combater a mudança climática”, e ainda por cima “salvar o planeta”.

Sem dúvida, um pouco de ordem e inteligência no governo dos países poderia trazer melhorias importantes à vida no planeta que todos desejamos.

Mas nessa confusão e auto-elevação às nuvens das própria capacidades que domina a reunião de Copenhague, nada de positivo ou realista pode sair.

A senadora agiu de modo mais congruente participando em eventos do Klimaforum, assembléia paralela que reúne os líderes “verdes” do mundo. Em torno do Klimaforum montam-se as badernas que estão assolando a cidade e provocado centenas de prisões.

Nesses ambientes “aquecidos” pelo radicalismo ou fanatismo, haveria ao menos alguma coerência ou “consenso” sobre o famigerado “aquecimento global” que é o ponto de partida desta universal confusão das línguas?

Lord Monckton ‒ no nosso blog podem-se encontrar muitas de suas posições ‒ entrevistou britanicamente ativistas de Greenpeace nas ruas.

É até engraçado. Ele fez perguntas sérias, ponderadas, científicas e os ambientalistas não foram capazes de responder à mais simples das indagações!

Ignorância, asneiras, e na maior parte dos casos silêncios perplexos... As cenas são de sair do sério, por isso preferimos reproduzir o clip a continuação.

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O Commitee for a constructive tomorrow entrevistou manifestantes comunistas que pediam “salvar o planeta”. Neste caso, as respostas foram pelo menos coerentes: a grande preocupação é liquidar o capitalismo e implantar o socialismo ou o comunismo com o pretexto do “aquecimento global”, “salvação do planeta”, etc.



E aqui apalpa-se o fundo da Babel de Copenhague: um cenário em que a velha luta marxista de classes de “ricos contra pobres” renasce sob vestes de ambientalismo.

O vermelho de Lenine tingido de verde; a “vanguarda do proletariado” bancando de “ambientalismo”; a luta contra o burguesia em nome da redução das emissões de CO2; e a determinação política de destruir a ordem ocidental...

Bem disseram os Prof.s Luiz Carlos Molion e Evaristo Eduardo de Miranda no Canal Livre: em Copenhague não se discute ciência alguma, mas política.

Porém, lá está se jogando o futuro do mundo. Não o do clima que vai continuar com seus ciclos próprios independentes da atividade humana.

O que está se jogando é o governo dos homens que amanhã podem acordar sob uma ditadura do tipo soviético ou cubano ‒ entre nós com um condimento de CEBs e Teologia da Libertação ‒, porém pintada por fora de verde.

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