O Outro Lado
População ativa chinesa perderá 170 milhões até 2050
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Luis Dufaur
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No primeiro dia do ano de 2016 entrou em vigor uma adaptação da até gora chamada “política do filho único” que proibia as famílias de terem mais de uma criança.
Porém, apesar da mitigação, o governo da China reconheceu que a população ativa do país perderá 170 milhões de trabalhadores até 2050.
O critério do governo é puramente marxista, considerando apenas um ponto de vista materialista: os problemas do envelhecimento da população prejudicam a economia e se agravarão no futuro.
A Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar (NHFPC) do onipresente estado socialista estima que a faixa etária que hoje está entre 15 e 64 anos e que representa a força trabalhadora do país, cairá de 1 bilhão de indivíduos para 830 milhões em 35 anos.
A política de filho único contribuiu pesadamente para essa tendência. A persistência do planejamento familiar, embora com um limite de apenas dois filhos por casal, não resolverá o problema.
Wenzhuang Yang, porta-voz do órgão planificador das famílias, disse que pelos cálculos do governo, a permissão para ter dois filhos acarretará um acréscimo de 30 milhões de pessoas em idade de trabalhar por volta do ano 2050.
Porém, esse aumento não resolverá o problema do envelhecimento da população. Pois até 2035 o número de aposentados inchará de 212 milhões para 418 milhões.
Dois chineses terão que trabalhar para sustentar um aposentado e isso se refletirá em pesadas contribuições salariais, afastando as fábricas estrangeiras até agora atraídas pelos baixos ordenados.
O dirigismo radical na política dos filhos só repercutira num aumento de 0,5% do PIB, calcula a Academia Nacional de Ciências Sociais.
Wang Pei'an, vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar, não especificou um período para a meta de crescimento.
“A longo prazo, o efeito positivo no crescimento econômico será significativo”, disse Wang, ecoando submissamente as instruções do presidente Xi Jinping, que anuncia ser possível que o país cresça anualmente cerca de 7% nos próximos cinco anos.
Para a ditadura comunista, as famílias e seus integrantes são meros números que são manipulados obedecendo a critérios exclusivamente materialistas e burocráticos. Para o socialismo, tudo se passa como se os seres humanos não tivessem alma, sentimentos e, muito menos, religião.
Deus é o grande banido, e a lei natural, desconhecida. Os desabamentos do tecido social serão inevitáveis. Já estão acontecendo, aliás.
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