O Outro Lado
Os mitos anticatólicos sobre as Cruzadas não resistem à crítica histórica – 1
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São Bernardo de Claraval, grande propagador da devoção a Nossa Senhora, foi incansável pregador das Cruzadas. Vicente Berdus Osorio (1671-1673) |
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Luis Dufaur
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O historiador Dr. Paul F. Crawford do Departamento de História e Ciências Políticas da Universidade de Pensilvânia (Estados Unidos), é outro dos especialistas que desmentiram os falsos mitos anticatólicos sobre as Cruzadas.
Seu trabalho apareceu originalmente na edição de primavera da 2011 da
Intercollegiate Review, sob o título “Four Myths about the Crusades”, e foi divulgado, entre outros por ACIDigital.
Ele denunciou que com frequência “as cruzada são mostradas como um episódio deploravelmente violento no qual libertinos ocidentais, que não tinham sido provocados, assassinavam e roubavam muçulmanos sofisticados e amantes da paz, deixando padrões de opressão escandalosa que se repetiriam na história subsequente”.
“Em muitos lugares da civilização ocidental atual, esta perspectiva é muito comum e demasiado óbvia para ser rebatida”, prossegue.
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Prof.Paul F. Crawford do Departamento de História e Ciências Políticas da Universidade de Califórnia - Pensilvânia |
Entretanto, precisa o perito autor do livro
“The Templar of Tyre”, a “unanimidade não é garantia de precisão. O que todo mundo ‘sabe’ sobre as cruzadas poderia, de fato, não ser certo”.
Seguidamente rebate, um por um, quatro mitos fundamentais que terminam por mostrar algo que, em realidade, não foram as Cruzadas.Primeiro mito: “as cruzadas representaram um ataque não provocado de cristãos ocidentais contra o mundo muçulmano”
Crawford assinala que “nada poderia estar mais longe da verdade, e inclusive uma revisão cronológica esclareceria isso.
No ano 632, Egito, Palestina, Síria, Ásia Menor, o norte da África, Espanha, França, Itália e as ilhas da Sicilia, Sardenha e Córsega eram todos territórios cristãos.
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Os crimes dos muçulmanos causaram horror no mundo civilizado. Massacre dos peregrinos de Pedro o Ermitão |
Dentro dos limites do Império Romano, que ainda era completamente funcional no Mediterrâneo oriental, o cristianismo ortodoxo era a religião oficial e claramente majoritária”.
Por volta do ano 732, um século depois, os cristãos tinham perdido a maioria desses territórios e “as comunidades cristãs da Arábia foram destruídas completamente em ou pouco tempo depois do ano 633, quando os judeus e os cristãos de igual maneira foram expulsos da península. Aqueles na Pérsia estiveram sob severa pressão. Dois terços do território que tinha sido do mundo cristão eram agora regidos por muçulmanos”.
O que aconteceu, explica o perito, a maioria das pessoas sabem mas só lembra quando “recebem um pouco de precisão”:
“A resposta é o avanço do Islã. Cada uma das regiões mencionadas foi tomada, no transcurso de cem anos, do controle cristão por meio da violência, através de campanhas militares deliberadamente desenhadas para expandir o território muçulmano a custa de seus vizinhos. Mas isto não deu por concluído o programa de conquistas do Islã”.
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A invasão das terras cristãs pelos maometanos foi sinônimo de crimes de massa hediondos, incêndios, pilhagens, escravidão e violação generalizada do Direito. Na gravura: Saladino manda incendiar uma cidade. Chroniques de Guilhaume de Tyr, BNF. |
Os ataques muçulmanos contra os cristãos seguiram já não só nessa região mas contra a Europa, especialmente Itália e França, durante os séculos IX, X e XI, o que fez que os bizantinos, os cristãos do Império Romano do Oriente, solicitassem ajuda aos Papas.
Foi Urbano II quem enviou as primeiras cruzadas no século XI, depois de muitos anos de ter recebido o primeiro pedido.
Para o Dr. Crawford, “longe de não terem sido provocadas, então, as cruzadas realmente representam o primeiro grande contra-ataque do Ocidente cristão contra os ataques muçulmanos que se deram continuamente desde o início do Islã até o século XI, e que seguiram logo quase sem cessar”.
Quanto a este primeiro mito, o perito faz uma singela afirmação para entender um pouco melhor o assunto: “basta perguntar-se quantas vezes forças cristãs atacaram Meca. A resposta é obvia: nunca”.
Continua no próximo post: Os mitos anticatólicos sobre as Cruzadas não resistem à crítica histórica – 2GLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES
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