Onze países da União Europeia aprovam o ‘fracking’
O Outro Lado

Onze países da União Europeia aprovam o ‘fracking’


Poço usa fracking em Grabowiec, perto de Lesniowice, suleste da Polônia.  Ex-satélites da Rússia podem aspirar a um futuro livre da dominação energética russa.
Poço usa fracking em Grabowiec, perto de Lesniowice, suleste da Polônia.
Ex-satélites da Rússia podem aspirar a um futuro livre da dominação energética russa.
Luis Dufaur





A tecnologia do fracking, ou fratura hidráulica, pôs a serviço da humanidade, com baixo custo, imensas quantidades de combustíveis de origem fóssil.

Desde sua aplicação em grande escala nos EUA, o fracking derrubou os preços do petróleo. Também mudou o jogo de influências econômicas globais, afastando a perigosa dependência ocidental do petróleo árabe, russo e venezuelano.

O furor verde se desencadeou contra a nova tecnologia. Delirantes campanhas de detração foram despejadas. Logo ficou provado que elas não tinham fundamento. Mas a sabotagem do progresso continuou do mesmo jeito.

Os governos europeus que se abriram à enganosa propaganda verde cercearam essa tecnologia, danificando as economias nacionais já em crise por outros fatores.

Mas o embuste não durou muito. A militarmente cada vez mais agressiva Rússia de Vladimir Putin acenou com a chantagem do gás e do petróleo em função do sonho expansionista de criar uma “nova URSS”.



A invasão da Criméia e do leste da Ucrânia, salpicada ainda com o morticínio dos 297 passageiros do voo MH17 da Malaysia Airlines, tirou as escamas de muitos olhos europeus até então embaçados.

Jazidas de gás e petróleo de xisto na Europa podem trazer alívio geral a ricos e pobres. Fonte: International Energy Agency, KPMG e serviços de imprensa.
Jazidas de gás e petróleo de xisto na Europa podem trazer alívio geral a ricos e pobres.
Fonte: International Energy Agency, KPMG e serviços de imprensa.
Nesse contexto, a Comissão Europeia, órgão executivo máximo da União Europeia, consultou há um ano os 28 países membros sobre se eles pensavam em autorizar a fratura hidráulica em grande escala, escreveu o jornal El País, de Madri.

A resposta foi desanimadora para essa Comissão e para a confraria verde-comunista. Houve onze “sim” ou “provavelmente”: Dinamarca, Países Baixos, Reino Unido, Polônia, Romênia, Hungria, Lituânia, Áustria, Alemanha, Espanha e Portugal.

Embora os organismos europeus não proíbam o fracking, a Comissão de Indústria, Investigação e Energia do Parlamento Europeu o recusou mais de uma vez, pondo entraves ao procedimento.

Os grupos parlamentares Socialista, Verdes e Esquerda Unitária Europeia continuam apresentando emendas e propostas instando os países membros a não autorizar novas operações de fracking. Vetando esse método, eles tiram a possibilidade de garantir a soberania energética do continente face à Rússia.

Dos 17 países que dizem que não darão licenças, vários sublinham que em seus territórios não há jazidas aproveitáveis com o novo método.

Papa Francisco recebe políticos anti-fracking.  Com o fracking a Argentina está recuperando a independência energética  e as esquerdas estrebucham.
Papa Francisco recebe políticos anti-fracking.
Com o fracking a Argentina está recuperando a independência energética
e as esquerdas estrebucham.
Porém, em certos casos, a recusa foi política ou ideológica. É o caso da França, governada por um presidente socialista.

A presidência anterior se encaminhava para explorar com essa tecnologia as reservas de gás de xisto que fariam da França um Qatar europeu.

Na resposta, o governo socialista francês adota o realejo gasto dos boatos ambientalistas contrários à fratura hidráulica.

A Polônia, que depende perigosamente do gás russo, foi o exemplo da opinião sensata: concedeu 56 licenças de exploração já em atividade, 48 em terra e oito no mar.

Samuel Martín-Sosa, ativista de Ecologistas en Acción, está desanimado e acha que Comissão Europeia não vai mudar de posição.

Mas se em Paris for criada uma governança mundial que esmague os direitos soberanos, então a utopia ambientalista poderá atropelar as evidências em nome da “salvação do planeta”.





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