O Outro Lado
O fim mundo não chegou e o Pólo Norte não derreteu, mas o ambientalismo pode congelar o Brasil
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Montevideu: cartazes anunciando fim do mundo |
Os profetas do derretimento da calota antártica estão passando tão mal quanto o pastor Harold Camping que profetizou o fim do mundo para 21 de maio de 2011, comentou, não sem bastante ironia, em sua coluna na revista “Forbes”, James M. Taylor, membro sênior da política ambiental do Instituto Heartland.
Há poucas semanas, o “Palm Beach Post” republicou um artigo escrito no ano de 1979 por Steven Schneider, um dos mais destacados alarmistas do aquecimento global dos últimos 30 anos.
Schneider defendia que o manto de gelo da Antártida ocidental poderia derreter antes do ano 2000 e inundar as costas americanas, atingindo até 25 metros acima do nível do mar.
Obviamente, o fim do mundo não aconteceu, e o pastor ficou entre envergonhado e desapontado. Tampouco o gelo da Antártida ocidental derreteu e cidades como Nova York não desapareceram, mas os alarmistas não tiveram rubor na cara.
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James M. Taylor, Heartland Institute | |
O caso de Steven Schneider, diz Taylor, foi apenas o mais espetacularmente errado. Houve outros que também tocaram o fundo do poço.
O especialista do Heartland Institute cita o caso de Mark Serreze, pesquisador do instituto federal americano National Snow and Ice Data Center. Em junho de 2008 ele anunciou que no verão do ano seguinte o Pólo Norte poderia ficar totalmente sem gelo.
A mídia – comenta Taylor – informou sobre a previsão de Serreze com um frenesi raramente igualado até mesmo entre os meios mais exaltados pelo aquecimento global.
Os alarmistas do aquecimento global se alinharam em massa para defender a profecia de Serreze. E outros mais zelosos acharam que a teoria de Serreze era conservadora demais.
Por exemplo, Peter Wadhams, chefe do Grupo de Física para o Oceano Polar, da Universidade de Cambridge, declarou em 27 de junho de 2008: “As pessoas estão esperando que isso [o derretimento do Ártico] aconteça este ano... mas é provável que o Pólo Norte fique sem gelo já neste verão, se é que não acontece antes”.
Talvez Wadhams não pensou que enquanto ele falava o verão já tinha começado no Hemisfério Norte, e que era cronologicamente impossível que o não derretido Pólo Norte derretesse “antes”, a menos que os relógios girassem para trás.
Mais, estas “mesquinharias” da lógica – invenção de céticos pagos por multinacionais – não interessam aos porta-vozes dos gemidos de Gaia...
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"The day after tomorrow" de Roland Emmerich, explorou o pânico "verde" |
Taylor aponta que o Pólo Norte nunca chegou perto de fusão total e que o Oceano Ártico cobria 1,650 milhão de milhas quadradas no fim do mundo ártico de 2008.
O pastor Camping ficou aborrecido pelo não cumprimento de sua profecia sobre o fim do mundo, mas agora acha que só errou a data e já fala em 21 de outubro de 2011! Mais recentemente, o desgosto o levou ao hospital.
O gesto disparatado parece ser imitado pelos profetas do derretimento do Pólo Norte, diz Taylor. Talvez – observamos nós – fosse mais correto até supor que o pastor imita os apocalípticos climáticos que o precederam no terreno da profecia.
Eles agora defendem que a previsão está correta no essencial, mas que o erro é só uma questão de calendário. E passaram a anunciar que o Ártico vai estar essencialmente livre de gelo até 2020 ou 2030.
David Viner, pesquisador da Universidade de East Anglia (Reino Unido), alegou em 2000 que em poucos anos “as crianças não saberiam o que é a neve”, de tal maneira ficaria um fenômeno “muito raro e emocionante”.
Nisto ele não diferia muito do proeminente alarmista Robert F. Kennedy Jr. em seus anúncios de 2008.
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Bluffs sobre desmatamento são matéria de charges |
Porém, opostamente à expectativa deles, os dois últimos invernos do Hemisfério Norte foram dos mais rigorosos da História.
O Pólo Norte fica longe do Brasil e a neve é muito procurada pelo turismo interno no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Por isso o caso impressiona-nos pouco.
Mas o que preocupa é a sem-cerimônia com que nossos alarmistas espalham bluffs, como os relativos ao desmatamento e ao CO2, tão desprovidos de base real quanto os do derretimento do Pólo Norte ou do fim das nevadas.
Os bluffs diferem na forma, mas não no método.
Na prática, visam a uma mesma coisa: impor um dirigismo total que estrangule a propriedade privada e a iniciativa particular.
Ou seja, sob pretexto de ambientalismo, utilizando slogans de sabor religioso-panteísta como os da Campanha da Fraternidade 2011 e da “Nova Era” sobre a Mãe Terra e Gaia, fazer o que os acólitos de Marx, da Teologia da Libertação, do MST e de grupos congêneres inspirados pela CNBB não conseguiram.
O futuro do Brasil está em jogo, e hoje a disputa mais em foco gira em torno do futuro Código Florestal. O Leviatã socialo-comunista dirigista apenas trocou de cor e aparências.
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