Número de cristãos na China supera o dos filiados ao Partido Comunista
O Outro Lado

Número de cristãos na China supera o dos filiados ao Partido Comunista



Luis Dufaur



O governo comunista da China está furioso contra os cristãos, escreveu Steven W. Mosher, da agência Aleteia.

Ele está derrubando igrejas, prendendo bispos e líderes “clandestinos” da Igreja Católica e sagrando ilicitamente bispos dóceis ao regime.

A causa mais dinâmica dessa explosão de ódio, intrínseca, aliás, ao comunismo, é o rápido crescimento do número dos cristãos, como vimos comentando longamente em nosso blog.

Hoje os cristãos seriam por volta de 100 milhões. Só os católicos perfazem cerca de 12 milhões. Muitos deles são novos convertidos que, ansiosos por cumprir a Grande Missão, estão evangelizando os seus concidadãos chineses, diz Steven.


Do outro lado, o Partido Comunista tenta recrutar novos membros entre intelectuais, empresários e outras classes anteriormente “suspeitas”, inclusive capitalistas!

Ainda assim, a maioria dos 86,7 milhões de adeptos da “fé” socialista – em boa medida devido aos benefícios auferidos do “partidão” maoísta – já é menos numerosa do que a dos seguidores de Cristo na China.

Os ditadores socialistas querem que o povo só acredite no deus-Partido e nas suas encarnações: os líderes ideológicos e corruptos. Para eles, a atual derrota social é intolerável.

A recente onda de perseguição anticristã tem sua causa no ressentimento e na frustração do chefe, que se pretende todo-poderoso.

A boa notícia é que, mesmo assim, o catolicismo na China está em ascensão.

O articulista narra testemunhos edificantes e animadores da fé católica que ele viu em recente viagem à China.

Um padre católico, pároco nos arredores de uma grande cidade, mostrou-lhe o desenho de uma enorme estátua de Jesus Cristo que ele construirá em segredo. Depois, ele pretende erguê-la na calada da noite sobre um pedestal com vista para a rodovia que passa perto da sua igreja.

“Como você vai conseguir a permissão das autoridades?”, perguntou espantado o jornalista. “É terra da Igreja e não preciso de permissão", respondeu ele com firmeza. É claro que a polícia vai usar de violência. E os fiéis pensam em resistir.

No norte da China, Steven não viu igrejas derrubadas, mas sim construídas. As milhares de igrejas demolidas ou confiscadas por ordem do Partido durante as décadas de cinquenta e sessenta do século passado foram quase todas reconstruídas ou reformadas.

Na igreja paroquial de Dongergou, província de Shanxi, as missas vêm sendo celebradas de modo ininterrupto há mais de 220 anos.

Steven viu os fiéis chegarem meia hora antes, para cantar orações em chinês clássico, compostas centenas de anos atrás. Na hora de começar a missa, a igreja estava lotada.

As novas igrejas foram construídas com ou sem licença do governo. A coragem é grande e se difunde.

Em uma das aldeias, os paroquianos – grande parte dos quais convertidos há pouco – organizavam reuniões de oração e missas ocasionais quando um padre podia estar presente.

O local? Um estábulo abandonado. Steven deu-lhes um donativo para ajudar na construção da nova igreja.

Cinquenta duplas de evangelizadores leigos de certa paróquia viajam de moto todos os domingos pela manhã até as comunidades vizinhas.

Depois de assistirem à missa na igreja paroquial na noite anterior e de receberem uma bênção do padre, eles partem para as aldeias, a quinze, trinta, cinquenta quilômetros de distância.

Eles se reúnem em casas de famílias com pessoas desejosas de conhecer a fé católica, para ler a Bíblia e rezar.

Alguns desses grupos de novos crentes já se tornaram muito grandes para se reunirem na casa de alguém.

Quando o governo local lhes negou permissão para construir uma igreja, eles construíram então um “salão social” que funciona como igreja, embora ainda não consagrada e com outro nome.

Segundo Steven, nas ruas da China se veem muitas pessoas usando cruzes. Se você lhes perguntar, elas vão responder que são cristãs, mesmo que não saibam quase nada sobre a fé.

O número de protestantes na China cresce muito mais rápido que o de católicos, porque a Igreja Católica exige uma adesão muito mais consciente e profunda.

Steven se lembra das faces radiantes das 26 crianças que fizeram a Primeira Comunhão na Catedral da Imaculada Conceição. Todas elas tinham frequentado durante vários meses a catequese, memorizado as suas orações e entendido o significado da Eucaristia.

Vários bispos católicos estão em prisão domiciliar por rejeitarem a autoridade da Associação Católica Patriótica Chinesa (ACP), uma organização de fachada criada pelo Partido Comunista Chinês para monitorar e reprimir os católicos. Entre eles encontra-se o bispo de Xangai, dom Thaddeus Ma, que está há mais de dois anos em prisão domiciliar no Seminário de Sheshan.

Eu me lembro da face de um jovem padre – “José”, para não revelar seu nome – que planejava ir a Roma para estudar. O governo acha que ele é seminarista, mas “José” foi ordenado por um bispo clandestino e mantém seu sacerdócio em segredo.

São Francisco Xavier morreu olhando para a China, a qual ele desejava, do fundo de seu coração de fogo, conquistar para Jesus Cristo. Não lhe foi possível chegar até lá.

Deus escreve certo por linhas tortas. O sacrifício desse grande santo e missionário jesuíta está sendo premiado em um século cujos horrores ele não poderia imaginar.

Na catedral de Pequim, Steven identificou uma bela representação de Maria com o Menino Jesus.

Ela veste o traje de uma imperatriz manchu (a última dinastia antes da república e do comunismo), enquanto o Menino está vestido como o príncipe herdeiro dessa mesma dinastia, o qual reinará um dia em toda a China.

Reinará porque o verdadeiro catolicismo – aquele que adora o Rei dos reis – sorri de preferência para os reis legitimamente constituídos.






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