Na iminência de Copenhague, cientista brasileiro alerta: “o planeta está esfriando!”
O Outro Lado

Na iminência de Copenhague, cientista brasileiro alerta: “o planeta está esfriando!”



Num momento em que as maiores incertezas envolvem a iminente Conferência de Copenhague, o professor cearense José Carlos Parente de Oliveira, 56, da UFC, Doutor em Física com Pós-doutorado em Física da Atmosfera, concedeu ponderada e elucidativa entrevista ao “Diário do Nordeste”.

Nela, afirma que, cientificamente, não se sustenta a tese de que a atividade humana determina ou influencia o clima no planeta.

E que contrariamente ao alarmismo, o globo não está aquecendo. “Na verdade, a Terra está esfriando”, afirma ele.

Para o professor Parente a polêmica está descentralizada e desvirtuada: “Perdemos o foco do problema. E o foco do problema são os meios de produzir, é a forma errada de como o homem produz seus bens”.

Eis a primeira parte, desta oportuna entrevista:

Por que o senhor caminha na contramão do ambientalmente correto e proclama que o planeta não está aquecendo, mas esfriando?

A busca da verdade deve ser o norte, o foco da atividade em ciências. E penso que não é isso o que ocorre com o tema aquecimento global. A sociedade está sendo bombardeada por notícias, reportagens na tevê, filmes e tudo isso com a mensagem de que as atividades humanas relacionadas às queimas de combustível fóssil (petróleo, carvão e gás) são as culpadas pelo aquecimento da Terra. O grande responsável por esse bombardeio é o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês), que é um órgão da ONU.


O senhor quer dizer que um organismo da ONU está provocando um terrorismo ambiental?

Vejamos. A hipótese do aquecimento global antrópico defendido pelo IPCC não possui base científica sólida. Não há dados observacionais que provem cabalmente a influência humana no clima. 

Se voltarmos um pouco no tempo nós constataremos que entre os anos de 1945 e 1977 houve um resfriamento da Terra, acompanhado de grande alarde de que o planeta congelaria, haveria fome, milhares de espécies desapareceriam etc. E veja que nesse período houve grande queima de carvão e petróleo motivada pela reconstrução da Europa e da Ásia após a 2ª Guerra Mundial.

Outro exemplo de não conexão entre concentração de CO2 e temperatura da Terra ocorreu entre os anos 1920 e 1940, período em que a Terra esteve mais quente que os anos finais do século XX, e nesse período a atividade de queima de combustível foi de apenas 10% do que foi observado nos anos 1980 e 1990.

Afinal, o que é mesmo que está acontecendo?

Por volta dos anos 1300 ocorreu o Período Quente Medieval em que a temperatura da Terra foi superior a atual em cerca de um grau centígrado. Segui-se então um período frio conhecido como Pequena Era Glacial por volta dos anos 1800. Esses períodos são bem conhecidos dos estudiosos do clima terrestre.


O que está ocorrendo é uma recuperação da temperatura pós Pequena Era Glacial, mas essa recuperação é lenta e ocorrem oscilações em torno dela. Para visualizar, podemos pensar em uma reta que ascende lentamente, ocorrendo oscilações em torno dela. Essas oscilações ocorrem em menores escalas de tempo, e são originadas por fatores naturais, como a radiação solar, a interação dos oceanos, principalmente do Pacífico, cuja temperatura oscila com período aproximadamente decenal. Porém essa recuperação cessou em 1998.

Então, em vez de estar aquecendo, a Terra está esfriando agora? Mas isso é o contrário do que proclamam as ONGs, os cientistas, os jornais. Quem está errado?

No ano de 1998, houve um fenômeno atípico: um super El Niño aqueceu a terra quase um grau acima da média em que ela se encontrava. Desde esse fenômeno do El Niño, a temperatura da Terra, sistematicamente, vem diminuindo, conforme os dados coligidos pelos satélites. Esses dados, porém, não são aceitos e nem utilizados pelo IPCC nos seus documentos.

Qual a razão? Há um viés político por trás disso?

Penso que a atividade cientifica não está desvinculada da política. São as nações e sua sociedade que definem o ramo da ciência a ser financiado por elas. Entendo que a atitude do IPCC é para favorecer cientistas, pesquisadores que defendem a tese hipotética de que o homem é culpado pelo pequeno aquecimento do planeta, que cessou em 1998 e que foi menor do que o anunciado.

Os satélites que medem o clima da terra desde 1978 indicam que, de 1998 para cá, estamos vivendo um período de diminuição da temperatura. Só para que se tenha uma ideia de que esse dado de redução da temperatura é levado a sério, o grupo de pesquisas da Nasa que lida com lançamento de satélites está programando para 2021-2022 o envio de uma nave que deixará o sistema solar.

Ora, a atividade solar é muito importante e é um impedimento para que uma nave como essa saia do sistema solar. Por que eles programam esse lançamento para 2021-2022? Resposta: porque será o ano em que o sol terá a menor atividade. E a atividade solar é muito bem relacionada com a temperatura da terra, via efeito indireto de formação de nuvens baixas. Essa correlação de nuvens baixas, atividade solar e temperatura da terra está muito bem documentada na literatura científica.

(continua no próximo post)

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