Comovedor testemunho dos martírios na China sob o socialismo
O Cardeal Joseph Zen Ze Kiun falando no Congresso Eucarístico Internacional, em Cebú, Filipinas, 16-01-2016
Luis Dufaur
O Arcebispo emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun SDB, se dirigiu aos assistentes do Congresso Eucarístico Internacional em Cebu, Filipinas, pedindo especiais orações pelos cristãos perseguidos na China.
Ele disse que os católicos oprimidos “estão ainda em águas profundas, num fogo incinerador, uma terrível realidade”.
“Eu penso que hoje as testemunhas por excelência são os mártires”, apontou o Purpurado, de acordo com a GaudiumPress.
O Cardeal Zen relatou comovedores episódios desses martírios.
Ele mostrou como o regime anticristão transformou o sistema educativo para instigar “o desdém pela religião e particularmente pela Igreja”.
Numa reunião de mestres, as autoridades tentaram obter dos educadores o pedido de expulsão do Núncio Apostólico, ainda em funções, e dos missionários estrangeiros sob a acusação de serem agentes ‘imperialistas’.
No momento decisivo da votação, um jovem sacerdote presente levantou a voz e respondeu: “Não nos está sendo permitido declarar contra a Igreja, contra o Papa, contra o Sucessor de São Pedro, contra aqueles que representam Cristo em nossa Igreja”.
“Sua voz isolada causou um choque”. O corajoso sacerdote “desapareceu nesse dia” e morreu na prisão, lembrou o Cardeal.
O Cardeal Inácio Kung,enfrentou a perseguição comunista, foi preso, torturado e por fim exilado. A via do heroísmo e do martírio não é a via escolhida pela Ostpolitik.
Ele também recordou a grande perseguição de 1955, quando mais de mil crentes, incluído o bispo de Xanghai, Dom Inácio Kung Pin-Mei, e centenas de sacerdotes foram presos.
Eles se recusaram a colaborar com a Associação Patriótica, espécie de igreja cismática forjada pela ditadura comunista. Agora a diplomacia vaticana empurra os fiéis resistentes para a mesma repudiada cooperação com o comunismo
Em seu julgamento, Dom Kung foi acusado de “toda espécie de crimes”. Intimado a “confessar seus pecados” contra o regime socialista, o bispo, cujas mãos estavam amarradas nas costas, proclamou no microfone:
“Viva Cristo Rei!”
O Cardeal Zen acrescentou que nessa hora em que se jogava sua vida, “saiu da multidão uma tímida voz”, a qual foi logo ecoada pela aglomeração de pessoas bradando: “Viva Cristo Rei! Viva nosso bispo!”
“Com toda certeza foi uma coragem comunicada pelo Espírito Santo,” comentou o cardeal, segundo informou a agência da Conferência Episcopal Filipina.
Dom Kung, o heroico bispo de Xangai, acabou sendo criado cardeal em segredo. Mas só pôde inteirar-se de sua dignidade em 1988. Ele morreu no exílio no ano de 2000, em Connecticut, EUA.
O Cardeal Zen concluiu sublinhando que todos nós fazemos parte do Corpo Místico de Cristo. E que, pela Comunhão dos Santos, estamos unidos espiritualmente aos católicos chineses, os quais estão sendo perseguidos nestes momentos, gemendo num campo de concentração ou entregando suas almas a Deus em circunstâncias espantosas.
Com as nossas orações, de um modo misterioso, mas poderosamente eficaz, podemos estar ao lado desses mártires, confortando-os, apoiando-os e nos tornando misticamente partícipes de seus méritos.
Não vemos isso, mas um dia, na hora do nosso juízo, veremos e compreenderemos o que fizemos ou... deixamos de fazer!
“Nossas orações, especialmente a adoração do Santíssimo Sacramento, obterão esperança para esses nossos irmãos. Após a cruz do martírio virá a ressurreição. E após as tribulações, teremos a glória e a alegria eterna”, explicou.
Os católicos chineses que tentaram participar do Congresso Eucarístico Internacional de Cebu, Filipinas, tiveram seu visto para sair do país recusado pelo regime comunista.
Os católicos de Hong Kong e Macau ainda puderam estar presentes, pois nessas “regiões administrativas especiais” subsistem agonizantes farrapos de liberdade, gravemente ameaçados após o anúncio de iminente acordo da Santa Sé com Pequim.
O Cardeal Joseph Zen fala dos mártires chineses no Congresso Eucarístico Internacional 2016 nas Filipinas
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