O Outro Lado
Balduíno IV: o rei-herói em meio a decadência do reino de Jerusalém
 
 
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| Renaud de Chatillon, turbulento e belicoso vassalo | 
continuação do post anterior Nesse momento reapareceu, libertado dos cárceres muçulmanos, o antigo  príncipe de Antioquia, Renaud de Châtillon.
Logo recomeçou suas  aventuras, assaltando uma importante caravana de peregrinos com destino a  Meca.
Esse ato rompia a trégua assinada por Balduíno  IV e Saladino e ofendia as convicções religiosas dos muçulmanos, a cujos  olhos o atentado afigurava-se monstruoso.
Intimado pelo rei a devolver  os prisioneiros e o produto da pilhagem, ele recusou-se com arrogância,  tornando assim evidente a incapacidade do doente de se fazer obedecer.
Imediatamente  Saladino acorreu do Egito e invadiu a Galiléia, incendiando e  devastando as colheitas, capturando rebanhos e semeando pânico por toda  parte.
Renaud de Châtillon suplicou ao rei que salvasse seus feudos.  Balduíno concedeu, vencendo Saladino em julho de 1182.
Em  agosto, o infatigável maometano tentou tomar Beyrouth por uma ação  combinada por terra e mar.
Uma vez mais Balduíno afastou o perigo.  Impediu Saladino de se apoderar de Alepo e conduziu uma expedição até os  subúrbios de Damasco.
Assim, por toda parte, graças à  sua energia sobre-humana, e ainda que daí em diante ele se fizesse  carregar em liteira para as batalhas, o heróico leproso levava vantagem  sobre o genial muçulmano.
Ele começava entretanto a  perder a vista, a não poder mais se servir de seus membros. Os que lhe  eram mais chegados o pressionavam a abandonar os afazeres do reinado, ou  ao menos passar parte de suas responsabilidades a Guy de Lusignan.
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| Episódios da vida de Balduino IV. BNF, Richelieu Manuscrits Français 2628 | 
Pode-se  bem imaginar o drama interior desse rei de 22 anos, corroído por  úlceras, semi-paralisado e quase cego, cercado pelas sombras da  desconfiança e dos maus pressentimentos, atormentado de um lado pelas  insinuações e sugestões pérfidas dos seus, e de outro pela alta idéia  que ele fazia de sua missão de rei.
Se a lepra o  enfraquecia, se ele não podia ter esperanças de se curar, sempre,  entretanto, encontrava novas forças e resistia da melhor forma às  ciladas da camarilha.
Como a doença entrasse numa fase  evolutiva, ele devia lutar contra ela, e sobretudo contra a tentação de  abandonar tudo para morrer em paz.
Foi num desses períodos que ele  consentiu, se bem que a contragosto, em investir Guy de Lusignan na  regência do reino.
No primeiro encontro com Saladino,  Lusignan deixou o exército franco ser massacrado. Recusou com altivez  prestar contas a Balduíno IV, que o destituiu de seu cargo. Para evitar  que, pela complacência de Sybila, Lusignan se tornasse rei de Jerusalém  após sua morte, designou seu sucessor o pequeno Balduíno V, filho de  Guilherme “Longue Epée”.
Como a situação da Terra Santa  estivesse desesperadora, ele enviou uma embaixada ao Ocidente, composta  pelo Patriarca de Jerusalém, pelo Mestre do Hospital e pelo Mestre do  Templo, o velho Arnaud de Torrage.
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| Morte de Balduino IV, o rei, herói e mártir de Jerusalém | 
Renaud de Châtillon,  que indiretamente tinha ajudado o rei a se desembaraçar de Lusignan,  achou-se autorizado a retomar suas pilhagens, agora na mais alta escala.
 Armou uma frota, que foi transportada ao Mar Vermelho em dorso de  camelo. Devastando portos, interceptando comboios, essa frota ameaçou  por algum tempo o caminho para Meca.
Saladino, excitado  até o cúmulo do furor, destruiu os navios de Renaud e depois sitiou-o  em sua própria fortaleza, o Krac de Moab. Balduíno IV reapareceu,  agonizando em sua liteira, para lhe fazer frente. Saladino retirou-se.
O  último ato de Balduíno IV foi o de reunir em São João d’Acre o  parlamento de seus barões. Guy de Lusignan, incapaz e rebelde, foi então  oficialmente afastado do trono, e — o que não era senão justiça e  sabedoria — a regência foi confiada a Raimundo de Trípoli.
Mais  tarde, a 13 de março de 1185, o mártir rendeu sua alma a Deus, em  presença se seus vassalos, dignitários e bons companheiros de guerra.  Até os infiéis lhe tributaram homenagens.
(Fonte: Georges Bordonove, “Les Templiers”, in “Catolicismo” nº  303) 
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