Auxílios divinos na tomada e defesa de Antioquia
O Outro Lado

Auxílios divinos na tomada e defesa de Antioquia


No ano de 1098, os cruzados chegaram a Antioquia, grande cidade do Oriente Próximo. A cidade estava poderosamente amuralhada. Mas com a ajuda de Deus conseguiram tomá-la.

Mas, poucos dias depois chegou imenso exército turco que inverteu totalmente os papéis. O exército da fé ficou sitiado por um mar de infiéis certos da vitória.

Foi então que se fez sentir um manifesto auxílio sobrenatural que deu novas forças aos católicos e os conduziu a uma histórica vitória.

Eis o relato de uma testemunha presencial.

Relato do monge armênio Hovannés (João) no fim de um manuscrito por ele copiado no mosteiro de São Barlaam, na cidade alta de Antioquia, durante as operações militares dos cruzados no ano de 1098 (traduzido do latim a partir do texto tirado do armênio pelo Pe. Peeters, “Miscellanea Historica Alberti de Meyer”, Louvain, 1946, p. 376).

“Neste ano o senhor visitou seu povo como está escrito “eu não vos abandonarei nem vos deixarei”. O braço todo-poderoso de Deus foi seu guia.



“Eles trouxeram o signo da Cruz de Cristo, e tendo chegado pelo mar, massacraram uma multidão de infiéis, e puseram os outros em fuga pela terra.

“Eles tomaram a cidade de Nicéia que assediaram durante cinco meses. Depois chegaram até nosso país, na região de Cilícia e da Síria, e investiram se espalhando em volta da metrópole de Antioquia.

“Durante nove meses eles sofreram e causaram às regiões vizinhas consideráveis lutas.

“Por fim, como a captura de um local de tal maneira fortificado não estava no poder dos homens, Deus todo-poderoso pelos seus conselhos obteve a salvação e abriu a porta da misericórdia.

“Eles tomaram a cidade e com o fio da espada trucidaram o arrogante dragão com suas tropas.

“E após um ou dois dias, chegou imensa multidão trazendo socorros a seus cúmplices muçulmanos.

“Em virtude de seu grande número e desprezando o pequeno número dos outros (cristãos) eles mostravam-se insolentes em relação ao imperador de Constantinopla dizendo: “Eu os matarei com minha espada, meu punho os dominará”.

“Durante quinze dias, os cruzados ficaram reduzidos à maior das angústias. Eles estavam esmagados pela aflição porque faltavam os alimentos necessários para a supervivência de homens e animais.

“Gravemente debilitados e espantados pela multidão dos infiéis, eles se reuniram na grande basílica do Apóstolo São Pedro e com poderoso clamor e uma abundante chuva de lágrimas, numa só voz pediam mais ou menos nestes termos: “Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, em quem nós esperamos e por cujo nome nós somos chamados cristãos, tu nos tendes conduzido até este lugar.

[N.: Os cruzados tinham achado a Santa Lança que atravessou o peito de Nosso Senhor Jesus Cristo]

“Se nos pecamos contra ti, tu tendes muitos meios para nos punir. Não queiras nos entregar aos infiéis para que eles enchidos de orgulho não possam dizer: ‘Onde está o Deus deles?’

E tocados pela graça da oração, eles se encorajavam uns aos outros dizendo: ‘O Senhor dará força a seu povo, o Senhor abençoará seu povo na paz’.

“Foi assim que montando audazmente cada um seu cavalo, eles precipitaram-se por cima dos ameaçadores inimigos, e os dispersaram, puseram-nos em fuga e os massacraram até o pôr do sol.

“Isso trouxe grande alegria aos cristãos, e houve abundante trigo e cevada, como nos tempos de Eliseu nas portas de Samaria.

“Por isso eles aplicavam a eles próprios o cântico profético: ‘Eu te glorifico Senhor, porque Tu cuidaste de mim, e por causa de mim Tu não deste alegria a meu inimigo’”.

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