Ambientalismo inocula pânico em leitor desavisado, pelo fato de a “Terra verde” ficar verde!
O Outro Lado

Ambientalismo inocula pânico em leitor desavisado, pelo fato de a “Terra verde” ficar verde!


Derretimento súbito e fugaz de camada superficial do gelo
acontece cada 150 anos

“Os cientistas veem no inusual fenômeno do descongelamento da Groenlândia (Greenland, ou Terra verde, em inglês) indícios de que o aquecimento [global] está se acelerando”.

A notícia no diário madrilense “El País” era para assustar. Apresentava uma mulher contemplando perplexa um panorama da Groenlândia, cuja metade estava degelada.

O leitor desprevenido, acostumado a passar rápido por títulos, fotos e destaques gráficos, facilmente caía na arapuca.

E saía sugestionado por mais esta martelada rasteira em favor do cada vez mais desprestigiado “aquecimento global”.


Groenlândia: vikingos batizaram "Terra Verde" (Greenland)
Porém, para quem lia pelos menos algumas linhas, o truque entrava pelos olhos.

O artigo, para descrever um “acontecimento extremo sem precedentes registrado” – um derretimento parcial notável da cobertura de gelo da Groenlândia –, começava dizendo que “a Groenlândia se encaminha para fazer jus a seu nome”.

Só essa frase é suficiente para afirmar o contrário do que o artigo enfia sorrateiramente na mente do leitor: o fato de se chamar “Terra verde” aponta que, para a Groenlândia, o normal não é estar coberta de gelo, mas ser verde.

E se o “aquecimento global” está derretendo o gelo, esse aquecimento está levando as coisas de volta à normalidade. Portanto, não temos nada a temer dele, e sim a comemorar.

Mas a ilogicidade habita sem incômodos nos mal arejados cômodos da mansão da propaganda ambientalista mundial.

Fugaz fenômeno é bem conhecido pelos habitantes
Após citar “cientistas da NASA” em seu favor, a enganação alarmista acrescenta que o fenômeno de derretimento da camada superficial do gelo na Groenlândia é de tal maneira “único [que] desde que se iniciaram as observações espaciais há 30 anos, que inicialmente os investigadores acharam era erro”.

Alguns parágrafos mais abaixo, o artigo afirma sem rubor, citando um extremado arauto do alarmismo, que “eventos desse tipo acontecem aproximadamente uma vez cada 150 anos”, tendo o último sido registrado em 1889.

É claro que o fato só podia ser “único” para os satélites que trabalham há apenas 30 anos! O leitor que não chegou até os parágrafos mais remotos do artigo saiu ludibriado.

Porém, o artigo, como está na praxe desses golpes, incluiu alguns testemunhos para vacinar as críticas:

“Quiçá a mais prudente seja uma das cientistas da NASA, Dorothy Hall: “É cedo demais para dizer que o acontecido se deve ao aquecimento global. Se continuarmos vendo derretimentos grandes como esse, a evidência apontará que há aceleração do aquecimento”. Quantas décadas teremos que aguardar para ter essa confirmação?
Qaqortoq, na Groenlândia
Qaqortoq, na Groenlândia

Na realidade, no momento que escrevemos, muitos leitores terão esquecido que a mídia falou desse fenômeno passageiro.

Porém, nos subconscientes se terá acumulado mais uma impressão errônea ao lado de muitos outros jogos midiáticos que envenenam o processo cognitivo do leitor.

O fato certo é que em 8 de julho uma frente quente inusualmente forte estacionou durante três dias sobre a ilha, mas por volta do dia 16 ela estava se dissipando.

Essa frente provocou o degelo de uma área central da Groenlândia que não se derretia desde 1889.

Fenômeno natural foi manipulado  para agitar fantasmas alarmistas  sobre elevação do nível dos mares
Fenômeno natural foi manipulado
para agitar fantasmas alarmistas
sobre elevação do nível dos mares
A seguir, a notícia tecia elucubrações cientificas sobre o que aconteceria se houvesse uma fusão total do gelo da Groenlândia e uma consequente elevação do nível dos oceanos em sete metros.

O exercício abstrato, ou virtual, pode ser proveitoso para cientistas prudentes, que sabem ponderar o lado do jogo intelectual e sua irrealidade nos fatos concretos.

Mas, jogado tendenciosamente num artigo para o grande público, gera desarranjos mentais e pânico.

Para completar, o artigo encerra com uma acesa objurgatória contra os governos que nada fazem para impedir o aquecimento da Terra – como se eles pudessem fazer qualquer coisa nesse sentido – e desacatam as avaliações do IPCC (obviamente sem sequer aludir às inúmeras falcatruas científicas e outras que foram denunciadas nos relatórios desse órgão político da ONU).

O golpe do “El País” não tem nada de novo. Apenas a ilogicidade extrema com que ele foi aplicado serve para analisarmos com facilidade o mecanismo de distorção da informação e inoculação da ideologia verde no grande público.





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