O Outro Lado
Y-20 nasce da espionagem e da contrafação, mas com vontade de destruir
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Prototipo de Y-20 numa pista na China. Poderá ter múltiplos usos bélicos |
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Luis Dufaur
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A China encomendou um novo avião cargueiro para uso militar conhecido como Y-20. Ele é uma combinação de falsificações, segundo o jornal “Epoch Times”.
O jornal informa, porém que o regime socialista chinês comemora a contrafação como um grande marco inovador da tecnologia nacional.
Malgrado os lados criticáveis do engendro, ele é revelador das intenções expansionistas militares de Pequim. E neste sentido é preocupante.
O enorme avião poderá estender o alcance militar de Pequim até áreas de conflito hoje de difícil acesso.
A história do Y-20 começou com um engenheiro aeroespacial de nome de Dongfan “Greg” Chung, 75, de Orange County, EUA. Em setembro de 2011 foi condenado a 24 anos e cinco meses de prisão por espionar para o regime comunista.
Chung roubou mais de 250 mil documentos das empresas Boeing e Rockwell, os quais ele repassou à China.
Entre os documentos roubados em 2006 estavam o do cargueiro C17 Globemaster III da Boeing. Aliás, o novo cargueiro Y-20 se assemelha muito a essa criação da Boeing.
Segundo o IHS Jane’s, o Y-20 também copia partes do transporte pesado ucraniano An-70 e do russo Il-76.
A China precisava passar a mão em projetos estrangeiros. Um relatório de 2010 do Congresso dos EUA evidenciou que a pavoneada inovação chinesa progredia pouco em matéria de aeronaves de transporte.
Por isso, a Universidade de Aeronáutica da Austrália, afirmou que “a China não era capaz de construir aviões de transporte pesado, e dependia de sua pequena frota de aviões russos Ilyushin-76 (IL-76) para o transporte aéreo estratégico.”
A inovadora colcha de retalhos do Y-20 fez seu primeiro voo em 26 de janeiro de 2013.
A espionagem e quiçá cumplicidades no Ocidente forneceram ao exército vermelho um instrumento que precisava desesperadamente ter para se impor como uma real ameaça.
A fraqueza logística da China também se patenteia nos navios que não podem permanecer no mar por longos períodos de tempo.
Suas aeronaves não podem realizar operações de longo alcance por não ter onde pousar para reabastecer ou poder ser reabastecidas no ar.
No Mar do Sul, a China vermelha tenta contornar as lacunas construindo pistas de pouso e portos nas ilhas disputadas – ou simplesmente criando ilhas artificiais sobre recifes.
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Y-20: as cores da fuselagem fazem pensar em periquito, mas o objetivo é ameaçador. |
A expressão que explica o que está por trás do Y-20 é “projeção de poder”, diz o “Epoch Times”.
O Y-20 poderá ser usado para reabastecimento de jatos militares ou para o transporte de paraquedistas e equipamentos bélicos.
Segundo o jornal estatal “Diário da China”, o Y-20 pode transportar até 200 toneladas. Isso daria para levar o maior tanque chinês, o Tipo-99A2, que pesa 58 toneladas.
O Y-20 também poderia voar até 15.000 quilômetros, o que, segundo o jornal oficial, “significa poder ir a qualquer lugar da Eurásia, Alasca, Austrália e África do norte”.
O Exército vermelho também planeja modificá-lo para servir como avião de espionagem e até bombardeiro.
“O Y-20 confere à indústria militar chinesa uma plataforma para a produção doméstica de aviões-tanque, AWACS [Sistema Aéreo de Alerta e Controle], patrulha antissubmarino e reconhecimento aéreo de grande alcance”, afirmou o jornal especializado “Global Security”.
Ele poderia ser usado como vetor para armas a laser aerotransportadas, acrescentou o jornal.
Mas a mídia estatal fala apenas do Y-20 para transporte e “ajuda humanitária”.
A Universidade Nacional de Defesa da China instruiu à Xian Indústria Aeronáutica, empresa fabricante, para produzir 400 unidades do Y-20. O pedido observa, porém, que o projeto pode ser prejudicado pelos deficientes motores que são fonte de quebra-cabeças nos aviões militares do país.
Mais trabalho para os espiões...
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