O Outro Lado
Prisões “invisíveis” em Pequim para quem protesta legalmente
As “prisões invisíveis” é o destino de quem quer se valer do direito de protestar legalmente em Pequim. Os ingênuos vêm sobretudo do interior, apresentam suas queixas nos guichês estabelecidos e desaparecem “às escondidas”, segundo denunciaram grupos defensores dos direitos humanos.
Os “réus” acabam em “hotéis” que exercem as funções de cárcere.
Xu Zhiyong, professor de Direito na Universidade de Pequim, contou ter recebido um apelo de ajuda por parte de pessoas pressas em quartos do
Youth Hotel na rua Taiping, perto do Parque Taoranting.
Ele foi com outras pessoas até o hotel e encontrou por volta de 30 pessoas reclusas pelo mesmo “crime”: apresentar queixas ou petições de que o socialismo não gosta.
Wang Jinlan, de Pingdingshan, contou ao
South China Morning Post que ficou prisioneira durante dois dias, até que ativistas pelos direitos humanos foram libertá-la.
E o
Youth Hotel é apenas um dos hotéis famosos como “prisões invisíveis”.
As autoridades do interior não querem que os protestos cheguem até a Capital. Isso lhes diminuiria o crédito dentro do Partido Comunista. Então contratam policiais ou bandidos que seqüestram e surram quem vai a Pequim a registrar uma queixa.
O governo central, que tampouco quer saber de oposições, muito solidariamente comparte a estratégia.
Durante as Olimpíadas, milhares de queixosos foram direto para o cárcere, e muitos outros foram “repatriados” às suas províncias.
Até não muito os cidadãos que pretendiam exercer esse seu direito eram encerrados em “centros de custodia”, onde aguardando a “repatriação” padeciam ameaças e violências.
Em março de 2003 o jovem Sun Zhigang foi torturado até a morte num centro desses, em Guangzhou.
Estourou então uma revolta popular que obrigou o governo a fechar em tese esses “centros”.
Na prática foram substituídos pelas “prisões invisíveis”, que segundo Xu (foto) “são ainda piores porque são ilegais” e fogem a toda norma.
O professor Xu sofreu, ele próprio, surras por parte de “hoteleiros” e “bandidos” quando foi tentar algo em favor das vítimas.
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