A ditadura chinesa passou dificuldades para recuperar o controle das ruas de Guangzhou, centro industrial do sudeste, após um fim de semana de protestos populares, informou o “Los Angeles Times”.
Na sexta-feira, 10 de junho, a polícia espancou uma moça grávida que vendia produtos diante de um supermercado de Zengcheng, na periferia de Guangzhou.
O episódio foi a gota que fez transbordar o copo. Nos dias seguintes, a cólera popular virou carros de policia, quebrou vitrines, incendiou e até colocou explosivos em escritórios do governo.
Na semana precedente, outros enfrentamentos entre operários e a repressão socialista aconteceram em Chaozhou, a 340 quilômetros de Guangzhou. Os operários se revoltaram quando um de seus colegas, que não recebia salário havia dois meses numa fábrica de cerâmica, foi espancado pela polícia.
Para o Wall Street Journal, o regime está muito preocupado, pois há duas semanas que o país é percorrido por uma onda de protestos populares contra as arbitrariedades governamentais.
O Partido Comunista chinês não está conseguindo se equilibrar numa situação cada vez mais complexa, onde o desejo popular de ganhar propriedades impulsiona os choques com o regime.
Segundo o jornal americano, embora os protestos populares não pareçam organizados, mas espontâneos, as autoridades se mostram tensas e multiplicam as capturas de dissidentes.
Geoffrey Crothall, analista do “China Labor Bulletin” de Hong Kong, citado pelo Los Angeles Times, resume assim a situação:
“A cólera cresce entre os operários. O pessoal se sente frustrado. Com o aumento dos preços, eles mal chegam a pagar as despesas essenciais para a sobrevivência diária e os jovens encontram dificuldades cada vez maiores para arranjar um emprego decente. Uma pequena faísca pode fazer explodir tudo”.
No Brasil, jornadas de trabalho longas, horas extras frequentes, teleconferências de madrugada, vigilância constante dos chefes, metas de produção irrealistas e inegociáveis estão afastando os trabalhadores, das empresas chinesas instaladas no País, informou a “Folha de S. Paulo”.
De cada 10 funcionários contratados, quatro deixam a empresa no período de 12 meses. O percentual é 40% maior que o registrado por empresas brasileiras e 68% superior ao verificado em multinacionais americanas e europeias.
Segundo o jornal paulista, uma reclamação comum entre funcionários é a de que os chineses “estabelecem metas impossíveis de serem atingidas e não há negociação”, segundo um executivo que não quis ser identificado.
Os chineses dão pouco valor à família. “Para os chineses, primeiro vem o Estado, depois a empresa, depois a família. Eles têm dificuldade em aceitar os feriados daqui”, explicou Patrícia Franzini, ex-diretora-executiva de RH da empresa chinesa Lenovo.
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