O Outro Lado
O rei leproso começa pondo em xeque o poder de Saladino
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Coroação de Balduíno IV |
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Luis Dufaur
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continuação do post anterior: Balduíno IV, o rei leproso que espantava os muçulmanosNos dias que se seguiram à morte de Amaury I e após a sagração de seu sucessor na Coroa do Santo Sepulcro, começou a luta pelo poder em volta do jovem doente.
Porém, como o reino corria grave perigo, o realismo prevaleceu e o instinto de conservação dominou o “Parlamento”, reunião realizada em Jerusalém no fim de 1174.
Dito “Parlamento” aclamou Raimundo III, conde de Trípoli, como regente, com o apoio da unanimidade dos bispos e dos nobres, decisão que “todo o povo recebeu com grande alegria”.
Tão logo assumiu sua função, o regente deu um golpe de mestre contra o Islã. No transcurso do inverno 1174—1175, Saladino veio sitiar Alepo. Se ele conseguisse tomar a praça, a unidade muçulmana ficaria selada do Sudão ao Eufrates.
Mas o conde de Trípoli correu e, com uma rápida intervenção sobre Homs, obrigou Saladino a deixar sua presa (fevereiro de 1175).
Enquanto o regente trabalhava desse jeito no norte, o menino-rei não ficava inativo na Palestina.
No mesmo ano de 1175, no momento da safra, ele se pôs à testa dos seus (tinha então 14 anos e a doença ainda não havia arrasado sua energia física). Conduziu então uma brilhante cavalgada para além do maciço do Hermon até Dareya, apenas a cinco quilômetros de Damasco.
Saladino se viu diante da perspectiva de uma guerra em duas frentes e preferiu fazer a paz com os francos.
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Saladino incendeia uma cidade. Chroniques de Guilhaume de Tyr. BNF, Mss fr 68, folio 359. |
Porém, foi apenas um adiamento. Levado pelo desejo de completar a unidade da Síria muçulmana, Saladino voltou a sitiar Alepo em julho de 1176.
O jovem Balduíno IV voltou a se pôr em campanha, desta vez visando o fértil vale da Beqaa.
Após derrotar um corpo de exército damasceno perto de Andjar, Balduíno conduziu com “grande alegria” sua cavalaria até Tiro, onde o botim foi dividido.
Assim, sob o reinado do pobre leproso adolescente, inclusive na presença da unidade muçulmana reconstituída em quase três quartas partes, os francos mantinham o Islã em xeque.
(Autor: René Grousset, de l’Académie française, L’épopée des Croisades, Perrin, Paris, 2002, 321 páginas, pp 171 e ss. Excertos).
continua no próximo post: Contra Saladino, Balduíno IV conquista em Montgisard a mais bela vitória das armas cristãsGLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES
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