Escrever estimula o cérebro das crianças, mas digitar um eletrônico, não
O Outro Lado

Escrever estimula o cérebro das crianças, mas digitar um eletrônico, não


Dra. Karin James, neurocientista cognitiva da Universidade de Bloomington, Indiana, EUA
Dra. Karin James, neurocientista cognitiva da Universidade de Indiana, EUA
Luis Dufaur




O uso intensivo de teclados e telas sensíveis ao toque, em vez de escrever à mão, está prejudicando a formação das crianças.

É o que revelou uma pesquisa conduzida pela neurocientista cognitiva Karin James, da Universidade de Bloomington, Indiana, EUA.

O estudo pôs em relevo a importância da escrita à mão para o desenvolvimento do cérebro infantil, segundo noticiou a BBC Brasil.

No estudo, as crianças foram separadas em dois grupos diferentes: um foi treinado para copiar letras à mão, enquanto o outro usou computadores.

O fato é que as crianças ainda não alfabetizadas são capazes de identificar letras, mas não sabem como juntá-las para formar palavras.


Teclado ou manual? Aprendizado apagado ou enriquecedor?
A pesquisa testou essa capacidade. Mas os cientistas também usaram exames de ressonância magnética para analisar quais áreas do cérebro eram ativadas.

Assim, tentaram entender como o cérebro muda enquanto as crianças se familiarizam com as letras do alfabeto.

Antes e depois dos testes, os cientistas compararam os efeitos cerebrais nos dois grupos.

E descobriram que o cérebro responde de forma diferente quando se aprende copiando letras à mão e quando se aprende digitando-as num teclado.

As crianças que copiaram as letras à mão mostraram padrões de ativação do cérebro parecidos com os de pessoas alfabetizadas, que conseguem ler e escrever.

Porém, este não foi o caso das crianças que usaram o teclado.

O cérebro parece ficar “ligado” e responde de forma diferente às letras quando as crianças aprendem a escrevê-las à mão. As crianças estabelecem uma ligação entre o processo de aprender a escrever e o de aprender a ler.

“Os dados do exame do cérebro sugerem que escrever facilita a leitura quando as crianças começam a aprender a ler”, disse James.

Além disso, essas crianças desenvolvem as habilidades motoras mais sofisticadas necessárias escrevendo à mão. E isso é benéfico em muitas outras áreas do desenvolvimento cognitivo, acrescentou a pesquisadora.

É ilusão que os teclados eletrônicos favorecem o desenvolvimento cerebral
A Dra. Karin apontou que essas descobertas podem ser importantes para formular políticas educacionais acertadas.

Pois corre a suposição ingênua e anticientífica oposta. “Em partes do mundo há pressa em introduzir computadores nas escolas cada vez mais cedo, mas a pesquisa pode equilibrar [essa tendência]”, explicou a especialista.

Muitas escolas americanas já transformaram o ensino da escrita à mão em alternativa que os professores podem escolher. Mas muitos educadores não ensinam mais caligrafia.

Alguns alegam que certas tecnologias em tablet poderiam ajudar a corrigir o problema identificado.

Mas, pelo que a pesquisa da cientista sugere, nada parece substituir o aprendizado com a escrita à mão.




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