Dona abre pacote e encontra carta desesperada pedindo auxílio da China
O Outro Lado

Dona abre pacote e encontra carta desesperada pedindo auxílio da China


A carta com o apelo do trabalhador escravo
A carta com o apelo do trabalhador escravo

A dona de casa Stephanie Wilson, 28, uma australiana que vive em West Harlem, Manhattan, New York, estava procurando um recibo numa sacola que recebeu do shopping eletrônico Saks Fifth Avenue quando encontrou uma carta clamando “AUXÍLIO, AUXÍLIO, AUXÍLIO”.

A mensagem estava escrita com tinta azul e parecia ser o brado desesperado de um homem que teria confeccionado a referida sacola numa fábrica-prisão chinesa a 7.000 milhas de distância.

“Nós somos tratados pessimamente e trabalhamos como escravos 13 horas por dia montando estas sacolas numa fábrica-prisão”, explicava a carta, dissimulada no fundo da sacola.


A missiva concluía: “obrigado, e perdão por incomodar”.

Stephanie levou um susto. “Não podia acreditar no que estava lendo”.

A carta chegou após ela ter comprado um par de botas de chuva, em setembro de 2012. Estava assinada por Tohnain Emmanuel Njong, que tinha posto também uma pequena foto colorida de tipo passaporte na qual aparecia um homem vestido de jaqueta laranja, e fornecia um endereço de e-mail.

Stephanie mostrou a carta à “Laogai Research Foundation” de Washington, D.C., um grupo de advogados fundado para combater as violações dos direitos humanos nas prisões chinesas.

A Fundação começou a investigar o caso com base em suas informações, segundo declarou seu representante a “DNAinfo New York”, publicação que fornece informações sobre os bairros de Nova Iorque.

A sacola onde veio o apelo desesperado da China.
A sacola onde veio o apelo desesperado da China.
Harry Wu, fundador da Laogai Research Foundation, passou 19 anos numa fábrica-prisão chinesa, chamadas geralmente de laogai. Ele tentou verificar a carta e o e-mail, e até chegou escrever para ele. Mas não obteve resposta.

“Ele deve estar em confinamento solitário até confessar, e assim lhe aumentarem a sentença, ou até o matarem”, comentou Wu.

A Fundação também encaminhou a carta o Departamento de Segurança Nacional (DHS) que investiga os casos de empresas americanas denunciadas por usarem trabalho escravo na preparação de seus produtos.

Uma autoridade da DHS confirmou que não é o primeiro caso de cartas chegadas da China e que acabam aparecendo em lojas dos EUA.

A loja Saks Fifth Avenue também foi notificada pela Laogai Research Foundation e disse que levou a sério a denúncia.

A loja confirmou que encomenda as sacolas da China, mas que não podia dizer em que lugar foi montada a sacola com a carta de Njong.

Agora, em 2014, o jornal “DNAinfo” conseguiu localizar o homem que escreveu a carta. Ele confirmou ser o autor e que a redigiu durante um encarceramento que durou três anos em Qingdao, província de Shandong.

E contou que escreveu cinco cartas como essa, em francês e em inglês.

Njong, 34, disse que foi encarcerado por crimes que nunca cometeu. Sua detenção e seu aprisionamento foram confirmados por um advogado na China, cujo nome o jornal não publica pelo temor de que ele venha a sofrer represálias.

O Consulado Geral da China em New York recusou-se a fazer comentários verbais ou por e-mail.

Stephanie Wilson não imaginou que o horror chegaria numa sacola de shopping
Stephanie Wilson não imaginou que o horror chegaria numa sacola de shopping
Njong contou que era forçado a trabalhar desde das 6 da manhã até as 22 horas. Ele montava sacolas para lojas como Saks.

Cada prisioneiro estava obrigado a atingir uma cota diária de trabalho, e recebiam uma caneta e um pedaço de papel que ele usou secretamente para redigir suas cartas.

“Éramos vigiados o tempo todo. Eu me escondia debaixo do cobertor e escrevia de modo que ninguém pudesse me ver”, explicou.

Ele sonhava que alguma carta pudesse chegar até alguém e que sua família fosse informada, ou que quem quer que fosse soubesse que ele estava na prisão, segundo explicou.

Njong acabou saindo em dezembro de 2013 e foi enviado a Camarões, onde tem parentes que não sabiam do seu paradeiro, julgando que estivesse morto.

Ele ficou muito contente que pelo menos uma de suas cartas tenha chegado às mãos de uma pessoa. “Foi a maior surpresa de minha vida. Estou feliz porque alguém ouviu o meu grito”, disse

Stephanie nunca falou com Njong, mas não consegue esquecer os produtos que comprou e onde eram feitos, porque não quer mais ajudar o trabalho escravo.

“Foi o maior abridor de olhos de minha vida”, disse. “Jamais pensei que houvesse isso por detrás das pessoas que montam uma encomenda de produtos de consumo como alimentos, que eu compro”.

Pense também o leitor na hora de comprar um produto “made in China”.





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