Abortos forçados na China, exemplo do futuro do mundo?
O Outro Lado

Abortos forçados na China, exemplo do futuro do mundo?


Feng Jianmei com o cadáver de seu filho abortado pela força
Feng Jianmei com o cadáver de seu filho abortado pela força
Um crescente mal-estar está tomando conta da China após funcionários públicos prenderem a jovem operária Pan Chunyan na mercearia onde trabalhava, pelo crime de estar grávida de quase oito meses de seu terceiro filho.

Ela ficou presa com mais duas mulheres durante quatro dias, até que a levaram a um hospital e a forçaram a imprimir seu polegar num documento dizendo que concordava em abortar a criança. Uma enfermeira injetou-lhe uma droga e o bebê nasceu morto pouco depois, “com o corpo todo preto e azulado”, contou Pan.


Os testemunhos de mulheres forçadas a abortar em estado avançado de gravidez de há muito se espalham pela Internet. Neste blog temos ecoado muitas dessas denúncias. Mas o caso de Pan Chunyan parece ter sido a gota que fez transbordar o copo, desencadeando revolta entre especialistas silenciosos até o momento.

A política do “filho único” é a ponta de um iceberg de dimensões monstruosas. O controle demográfico forçado da China corresponde à planificação socialista em que os indivíduos são meros escravos.

A aplicação dessa filosofia marxista, reivindicada hoje no Ocidente com sofismas ambientalistas, tem formas e consequências alucinantes.

Chen Guangcheng, advogado das mulheres condenadas à esterilização
e ao aborto, foi condenado ao exílio
A foto de Feng Jianmei – também vítima do controle populacional – ao lado do corpo de seu bebê assassinado foi divulgada pela Internet e estarreceu o mundo.

A foto agitou as sessões da Secretaria Nacional de Estatísticas em Pequim, escreveu o “The New York Times”.

O professor de Direito da Universidade de Pequim, Zhan Zhongle, anunciou um abaixo assinado de professores universitários e empresários pedindo ao Parlamento comunista a abolição dessa legislação iníqua.

A situação deve estar muito tensa para funcionários e dependentes do regime ousarem uma proposta que contradiz a linha oficial num ponto tão sensível.

Na mudança do ambiente mundial, pesou o caso de Chen Guangcheng, advogado das mulheres condenadas à esterilização e ao aborto.

Chen teve de fugir da prisão domiciliar, asilando-se na embaixada americana. A embaixada entregou-o à repressão socialista, até que, para acalmar os protestos, o governo chinês preferiu exila-lo. VEJA MAIS SOBRE ESTE CASO NO NOSSO BLOG

Liang Jianzhang, empresário doutorado na Universidade de Stanford, e Li Jianxin, professor de demografia na Universidade de Pequim, calcularam que em 2040 haverá na China 411 milhões de idosos (171 milhões hoje). E que a população em idade de trabalhar cairá até 696 milhões (817 milhões hoje). Nesse cenário demográfico, as consequências para a economia chinesa serão incalculáveis.

Porém, a perversidade ideológica do regime não parece se interessar pela realidade.

Os casos de abortos forçados se multiplicam pela China toda
Os casos de abortos forçados se multiplicam pela China toda
Para contentar dissidentes, amortecer críticas do exterior e, sobretudo, diminuir motins operários e camponeses, a ditadura introduziu perto de 22 exceções à política de controle populacional. Porém, na prática, os efeitos são muito relativos e moralmente horríveis.

A senhora Pan reside em Daji, área rural onde um segundo filho é tolerado.

Ela contou que Ma Yuyao, responsável local da planificação familiar, só pensa em “marcar pontos para sua promoção”, agradando as autoridades de Pequim. Para isso está empenhado em impedir o crescimento da população local.

Segundo Wu Liangjie, marido de Pan, o casal pagou os 8.700 dólares exigidos pelo chefe da planificação familiar, mas que após receber o dinheiro, Ma Yuyao ordenou o aborto.

Muitos pais de família pagariam até a taxa de 7.200 dólares, uma pequena fortuna na China, para terem um terceiro filho, mas ainda assim temem ser constrangidos a abortá-lo, para que o Partido atinja as suas metas.

As autoridades locais do controle da natalidade recusaram responder aos telefonemas do “The New York Times” e os demais escritórios da administração socialista responderam que não tinham nada a declarar!

O pai da criança abortada viajou a Pequim com a ilusão de ser ouvido pela Justiça, mas a viagem pode ter sido contraproducente, como é frequentemente denunciado. Nem ele nem sua mulher atendiam mais o telefone, intimidados ao que tudo indica pelas autoridades socialistas.

O casal declarava se sentir “morto” pelo assassinato do filhinho que esperavam. A tragédia do casal se repete em toda a China e pode tornar-se um fenômeno mundial se vingarem os planos ambientalistas para reduzir a população planetária.






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