A batalha de Lepanto: um Harmagedon naval entre a Cruz e o Crescente
O Outro Lado

A batalha de Lepanto: um Harmagedon naval entre a Cruz e o Crescente


São Pio V vê miraculosamente
a vitória de Nossa Senhora em Lepanto
Luis Dufaur




No ano de 1566 subia ao trono pontifício o Cardeal Antonio Ghislieri.

O novo Papa, de família nobre, entrara ainda jovem na Ordem dominicana, onde aprendeu a prática da virtude e da austeridade que deveria transmitir no governo da Igreja.

Ele assumia aos 62 anos o nome que passaria a ser conhecido como um dos maiores Papas de todos os tempos: São Pio V.

São Pio V — grande comandante das forças católicas

Mas o revide de Deus já estava pronto para entrar em cena. São Pio V assumiu com galhardia o supremo comando da Igreja e, à maneira de um bom general, trouxe a vitória da Cruz sobre todos seus inimigos.

Ele auxiliou os católicos perseguidos pelos príncipes alemães protestantes. Incentivou a Liga Católica contra os huguenotes na França. Apoiou a Espanha contra as revoltas protestantes nos Países Baixos. Excomungou a herética rainha Elizabete I da Inglaterra.

Internamente na Igreja, combateu com vigor o relaxamento moral do clero e incrementou a observância da disciplina eclesiástica do Concílio de Trento. Seu próprio exemplo pessoal foi poderoso antídoto contra os escândalos de certos clérigos.

Mas o foco deste artigo é a enérgica atitude de São Pio V diante do perigo muçulmano.

Desde o tempo das Cruzadas, os Romanos Pontífices recorriam à legítima força das armas quando os outros meios haviam se mostrado ineficazes.



A legitimidade da guerra, em certas circunstâncias, é ponto pacífico na doutrina católica. Em face do inimigo muçulmano não havia possibilidade de diálogo, diplomacia, nem concessões.

A única solução possível mostrou ser a força. E esse foi o recurso utilizado por São Pio V, com a autoridade conferida aos Papas pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo.

O oponente que o santo Pontífice tinha diante de si era terrível: a frota turca, equipada com centenas de navios de guerra e milhares de guerreiros bem treinados, uma força inconteste nas águas do Mediterrâneo.

Dom João d'Áustria, Pantoja de la Cruz (1553 – 1608), Museo del Prado, Madri.
Dom João d'Áustria, Pantoja de la Cruz (1553 – 1608),
Museo del Prado, Madri.
Para enfrentá-los, só uma força à altura. Todavia, isoladamente nenhuma nação católica possuía tal poder. Era preciso estabelecer um acordo entre príncipes cristãos. Surgia na mente do Papa a ideia da Santa Liga.

As negociações entre Espanha, Veneza e outras cidades italianas se iniciaram, tendo como árbitro o Romano Pontífice. Muitos interesses estavam em jogo, o que retardava a concórdia, fazendo sofrer imensamente o Papa.

D. João d’Áustria — guerreiro enviado pela Providência

Em 1570, os turcos atacaram Chipre. A partir de então, o Pontífice não descansou até resolver todos os meandros diplomáticos para concluir o pacto das forças católicas. Os Estados Pontifícios se somariam a essas forças com seus próprios navios e soldados.

O comando geral da Santa Liga foi dado a D. João d’Áustria, filho do Imperador alemão Carlos V e meio-irmão de Felipe II, rei da Espanha. A escolha era ideal.

O jovem príncipe, de apenas 24 anos, fogoso e ávido de combates pela boa causa, deveria catalisar todos os esforços para o objetivo central: a destruição da armada turca.

A respeito desse eleito comandante da esquadra católica, São Pio V citou a Escritura: “Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João” (Jo 1,6). Assim, o Papa dava sua chancela de que a escolha de D. João d’Áustria vinha do Céu.

Durante os vaivéns diplomáticos, Chipre sofria com a invasão turca. Nicósia, importante cidade de Chipre, caiu depois de 48 dias de cerco.

Famagusta, capital da ilha, resistiu durante meses, mas afinal, vendo que não havia possibilidade de vitória, e diante das notícias do atraso na formação da Santa Liga, o prefeito, Antonio Bragadino, combinou a rendição da praça com os turcos.

Estes concordaram em deixar os cristãos partirem em liberdade. Mas, diante das portas abertas da cidade, os muçulmanos traíram a palavra dada, atacaram e prenderam Bragadino.

Este foi esfolado vivo, enquanto toda a população era assassinada, inclusive mulheres e crianças. As atrocidades cometidas contra os católicos foram horríveis e indescritíveis.

(Autor: Paulo Henrique Américo de Araújo, CATOLICISMO, janeiro 2015)

continua no próximo post: Lepanto: a maior batalha naval da História



GLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaCASTELOS MEDIEVAISCATEDRAIS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS



loading...

- Vitória Da Cristandade Em Lepanto
Ali Pachá chefe supremo islâmico em Lepanto caiu abatidoe e sua morte semeou o desconcerto entre os sectários do Corão.Luis Dufaur continuação do post anterior: Lepanto: se engaja a batalha do tudo ou nada Num lance decisivo, Ali Pachá é abatido...

- Lepanto: Se Engaja A Batalha Do Tudo Ou Nada
A frota católica em Messina antes da batalha, Giorgio Vasari (1511 — 1574).Luis Dufaur continuação do post anterior: Lepanto: a maior batalha naval da História Estreito de Lepanto, na entrada do Golfo de Patras, Grécia. A esquadra da Santa...

- Nossa Senhora Auxiliadora, Vencedora Do Islamismo
Maria Auxiliadora basílica de Maria Ausiliatrice, TurimLuis Dufaur No 24 de maio comemora-se a festa de Nossa Senhora Auxilio dos Cristãos. A devoção foi largamente difundida por São João Bosco e começa pelos menos num milagre feito por Nossa...

- Restauração De Nossa Senhora Da Vitória De Lepanto
Nossa Senhora do Rosário, estava na nau capitânia em Lepanto e foi atingida pelo fogo mouroNa manhã de 7 de outubro de 1571, as naves de guerra da Santa Liga, embora minoritárias e em posição desfavorável, lançaram-se ao ataque contra a poderosa...

- A Batalha De Lepanto E O Heroísmo De São Pio V
Neste mês cumprem-se 437 anos da maior vitória naval da Cristandade sobre o Império muçulmano. No dia 7 de outubro de 1571, o enfrentamento das esquadras católicas contra as do Islã, no golfo de Lepanto, salvou a Civilização Cristã de terrível...



O Outro Lado








.